No Recife, Lula elenca tudo que piorou após o golpe
Foto: Leo Malafaia/AFP
Sem se distanciar do já conhecido discurso de que foi preso sem provas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a fazer críticas neste domingo, 17, ao atual ministro da Justiça, Sérgio Moro. O petista subiu no início da noite ao palco do Festival Lula Livre, no Recife. No seu discurso, exaltou a origem pernambucana e admitiu que a oposição está “com dificuldades de reagir”.
O ex-presidente deixou há pouco mais de uma semana a cela especial da Polícia Federal em Curitiba. Ele ficou preso 580 dias após ser condenado na Operação Lava Jato a cumprir pena de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do triplex do Guarujá.
Lula foi beneficiado por decisão do Supremo Tribunal Federal, que, por 6 votos a 5, declarou inconstitucional a prisão após condenação em segunda instância. O petista foi sentenciado em três instâncias. Em abril, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou a condenação, mas reduziu a pena para 8 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão.
No Recife, Lula afirmou que gostaria de estar em um palanque com Moro, o procurador Deltan Dallagnol e o presidente Jair Bolsonaro “para saber quem é safado”. “Eu estou vendo os ataques aos LGBTs, aos negros, aos índios. Eu estou vendo o crescimento da violência bárbara contra as mulheres brasileiras. Estou vendo os salários desaparecendo, a aposentadoria ficar cada vez mais distante do trabalhador. E estou vendo que nós estamos com dificuldade de reagir”, disse o petista, prometendo dedicar “cada minuto da vida para libertar o País dessa quadrilha de milicianos que tomou conta do poder”.
“Eu não aceito negociação. Eu quero é a minha libertação. Eu sou homem da terra de Frei Caneca, sou da terra de Padre Roma. Sou da terra de lutadores que tiveram a coragem de em 1820 fazer a Confederação do Equador, a coragem de lutar pela independência deste país.”
Pouco tempo depois de ter subido ao palco, com quase duas horas de atraso em relação ao que estava previsto na programação do evento, Lula pediu a presença de Fernando Haddad, exaltando-o como o melhor ministro da Educação que o Brasil já viu, assim como também elogiou o ex-ministro Sérgio Rezende.
Poucos políticos foram vistos acompanhando o festival. Os petistas se encontram após os shows, em um jantar oferecido pela deputada federal Marília Arraes (PT), com presença de Humberto Costa, líder do partido no Senado.