No Twitter, Carluxo falava de pai, armas e Lava Jato

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Foto: Dida Sampaio/Estadão

Do início do ano até a última segunda-feira, 11, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) usou o Twitter para enaltecer o governo do pai – o presidente Jair Bolsonaro -, criticar a imprensa e atacar adversários políticos e até aliados, como os ex-ministros Gustavo Bebianno e general Santos Cruz e o vice-presidente Hamilton Mourão. Segunda a ferramenta Datatora, que faz mapeamentos de postagens em redes sociais, o último tuíte do vereador foi na segunda-feira às 18h20. O vereador apagou suas contas no Twitter, Facebook e Instagram na terça-feira, 12.

Um dos principais influenciadores dentro da militância digital bolsonarista, Carlos coordenou as redes sociais da campanha de Bolsonaro em 2018 e tem acesso à conta do pai no Twitter, como o próprio já admitiu.

De 1º de janeiro a 11 de novembro de 2019, Carlos Bolsonaro fez 1.204 postagens no Twitter e acumulou 1.425.891 seguidores na rede, de acordo com os dados da Datatora. As hashtags #armaspelavida, #somostodoslavajato e #quemmandoumatarbolsonaro estão entre as mais usadas pelo vereador. Já a palavra mais mencionada por ele no período foi “Bolsonaro”: 96 vezes. “Brasil” vem logo depois, com 95 menções, seguido de “presidente” (86) e “governo” (85).

Entre os assuntos mais abordados por ele estão economia, segurança, mídia, corrupção, emprego e educação. As classificações são feitas com base em regras de palavras-chave. “Quando um post contém a palavra juros, por exemplo, ele é classificado como economia”, explica Marcelo Nascimento, da equipe do Datatora.

No Facebook, onde Carlos possui cerca de 760 mil seguidores, até segunda-feira, 11, o vereador tinha feito 869 postagens, ainda segundo o Datatora. Os assuntos mais abordados seguem a tendência do Twitter: “Bolsonaro”, “Brasil”, “governo” e “presidente” são os termos que mais aparecem nas publicações. No Instagram, foram 708 postagens para uma audiência de quase 2 milhões de usuários.

Seu canal no YouTube, que conta com 102 mil inscritos e mais de 19,7 milhões de visualizações, continua ativo.

Contas apagadas
O Twitter informou que “não tomou qualquer medida em relação à conta do vereador na rede social”. Facebook e Instagram não se manifestam a respeito de contas específicas. Procurada, a assessoria de imprensa do vereador afirmou que não comentaria o assunto.

No dia 17 de outubro, Carlos admitiu que havia sido ele o autor de uma postagem na conta oficial de Bolsonaro na qual o presidente demonstrava apoio à prisão em segunda instância. O tema era discutido em sessão do Supremo Tribunal Federal naquele dia.

“Eu escrevi o tweet sobre segunda instância sem autorização do Presidente. Me desculpem a todos! A intenção jamais foi atacar ninguém! Apenas expor o que acontece na Casa Legislativa!”, afirmou.

Em abril, após críticas do Congresso e do Planalto a Carlos por postagens com ataques a aliados do governo, Bolsonaro afirmou ter confiança no filho. “O que meu filho posta é de responsabilidade dele”, disse.

Estadão