Witzel tira segurança de deputados bolsonaristas
Um dia após Jair Bolsonaro dizer que o governador Wilson Witzel “transformou sua vida em um inferno”, o governo estadual determinou nesta sexta-feira, por decreto no Diário Oficial, o retorno de 14 agentes de segurança que estavam cedidos para gabinetes de cinco deputados bolsonaristas do PSL. No total, foram oito policiais militares, quatro policiais civis e dois agentes penitenciários.
Quatro dos parlamentares afetados criticaram o governador Wilson Witzel:
— Sem dúvida alguma foi retaliação. Ele só fez isso com os deputados mais próximos do presidente Jair Bolsonaro. Ele tomou essa atitude mesmo sabendo que sobre nós pesam ameaças. Ele deseja não somente nos destruir como também que sejamos assassinados. Moro em Padre Miguel a 400 metros de uma comunidade. Recebo ameças desde que era policial e, depois de assumir o mandato, as ameaças se intensificaram — afirma o deputado Márcio Gualberto.
Felippe Poubel vai na mesma linha:
— Um relatório produzido pela Polícia Civil alerta que há planos para tentarem me executar e também os meus familiares. Essa atitude do Witzel é uma covardia sem precedentes de um governador insano. Transcende a questão política porque pode causar a morte de parlamentares — reclama Poubel, que lembra ter apoiado Witzel no segundo turno da eleição.
Os deputados Anderson Moraes e Dr. Serginho também acusaram Witzel de “retaliar” e “perseguir” parlamentares que, na queda de braço que se formou entre governador e presidente, optaram por apoiar Bolsonaro.
Procurado, o Palácio Guanabara afirmou que o decreto que determinou o retorno dos servidores cedidos foi feito pela Secretaria de Casa Civil e Governança, que atendeu a pleitos da Polícia Militar, da Polícia Civil e da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
Em julho, O GLOBO mostrou que havia 144 policiais militares cedidos a deputados estaduais e outros 40 policiais civis. Desde então, esta é a primeira vez que o governo solicita o retorno de servidores das categorias.