Advogado de brigadistas alega que foram prejudicados

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Foto: Reprodução

A Polícia Civil do Pará indiciou os quatro brigadistas voluntários pelos incêndios que atingiram a Área de Proteção Ambiental de Alter do Chão em setembro deste ano.

O delegado Waldir Freire Cardoso apontou como responsáveis pelas queimadas os brigadistas Daniel Gutierrez Govino, João Victor Pereira Romano, Marcelo Aron Cwerner e Gustavo de Almeida Fernandes. Junto a eles, que foram presos no mês passado, Ronnis Repolho Blair, conhecido como “Cebola”, que foi treinado pela brigada, mas não a integra, também foi indiciado.

De acordo com o advogado de Govino e Cwerner, Augusto de Arruda Botelho, a defesa recebeu com surpresa e indignação o término da investigação. “Claramente, hoje podemos dizer que a investigação foi direcionada propositalmente para prejudicar os brigadistas. Não é uma investigação isenta e nunca foi. Está mais do que comprovado que não é isento. Há outros interesses e estes sim precisam ser investigados”, declarou.

Segundo Botelho, o indiciamento é um elemento a mais na conjuntura. “A questão é terminar a investigação. O inquérito foi finalizado sem a realização de perícia. Não há perícia para dizer que o fogo foi causado por gasolina, raio, ou qualquer outra coisa. Faltou o mais básico da investigação, que é a perícia”, disse.

“A defesa aguarda uma manifestação serena e responsável do Ministério Público, que diga que a investigação está longe de terminar. É de total interesse dos brigadistas, que dedicam sua vida ao meio ambiente, saber quem são os verdadeiros responsáveis por essas queimadas”, afirmou Botelho.

O Projeto Aliança, rede advogados que atua na defesa dos brigadistas e das entidades citadas no caso, divulgou uma nota oficial:

A notícia do indiciamento dos integrantes da Brigada de Alter do Chão surpreende a Defesa e representa uma enorme injustiça. O indiciamento é fruto de ilegalidades e, infelizmente, indica direcionamento da investigação. Encerraram-se as investigações de maneira atropelada, sem a realização de perícia técnica, atualmente em curso na Policia Federal, para apurar em que circunstâncias efetivamente ocorreu o incêndio. Ignorou-se também pedido para que fossem ouvidas testemunhas indicadas pelos advogados dos brigadistas à autoridade policial há mais de duas semanas. Esta precipitação atenta contra a apuração correta dos fatos. O indiciamento foi baseado em ilações extraídas de depoimentos meramente especulativos sem nenhuma prova atacando aqueles que dedicaram as suas vidas a combater incêndios voluntariamente na região amazônica.

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