Após golpe, Bolívia será sócia plena do Mercosul
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O presidente Jair Bolsonaro sinalizou que pode aceitar a adesão da Bolívia ao Mercosul como sócia plena do bloco. Hoje o país vizinho tem status de Estado associado e o governo do ex-presidente Evo Morales iniciou um processo de “upgrade” no bloco – o que envolveria, por exemplo, a adoção da Tarifa Externa Comum (TEC).
“A Bolívia certamente estará, em breve, entre nós no Mercosul”, disse Bolsonaro, durante a reunião de cúpula do bloco, em Bento Gonçalves (RS).
O protocolo de adesão da Bolívia como sócia plena foi assinado em 2015. Todos os países-membros precisam ratificar essa decisão em seus respectivos Parlamentos, mas o processo está travado na Câmara dos Deputados.
Há alguns meses, partidos de esquerda se mobilizaram para colocar em votação o protocolo na Comissão de Relações Exteriores da Câmara, mas o governo e o PSL (então partido de Bolsonaro) se mobilizaram contra. A análise acabou sendo adiada.
Agora, com a queda de Evo Morales e a prometida realização de novas eleições, pode-se abrir um caminho para isso. Foi nesse contexto, após fala da chanceler interina da Bolívia, Karen Longaric, que surgiu o aceno do brasileiro.
A crise na Bolívia provocou divergências nas discussões do Mercosul, com a vice-presidente do Uruguai, Lucía Topolansky, alertando para a “quebra institucional” no país. Enquanto isso, Brasil e Argentina elogiaram a “responsabilidade” assumida por Áñez e cobraram a realização de eleições para uma volta à normalidade.