Bancada do PT pede ação contra PM em caso Paraisópolis
Parlamentares da Bancada do PT na Câmara dos Deputados, que foram eleitos pelo estado de São Paulo, criticaram a ação policial na Comunidade de Paraisópolis e exigem explicações da ação truculenta daqueles que deveriam estar protegendo o cidadão. A ação violenta da Polícia Militar de São Paulo, em um baile funk em Paraisópolis, zona sul da capital paulista, resultou em ao menos nove pessoas mortas pisoteadas, no último domingo (1º).
“Meu profundo pesar às famílias de Paraisópolis que perderam seus filhos na desastrada operação policial. Vou ao Ministério Público pedir providências em relação a punir os responsáveis e evitar novas tragédias. Para que nunca mais aconteça o que aconteceu em Paraisópolis”, afirmou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) também lamentou a morte dos nove jovens e questionou até quando os jovens da periferia serão tratados como bandidos. “Contra pobre é assim. Lamento a morte de nove pessoas hoje em Paraisópolis. Tenho muitos amigos na região e espero que o clima de terror tenha passado. Exigimos rápida investigação para punir os culpados dessa tragédia. Meu abraço aos familiares e amigos das vítimas. Mais uma vez a PM paulista age com violência e inabilidade. Dessa vez foram nove mortos. Até quando o povo da periferia tem que ser tratado como bandidos? ”
Alexandre Padilha (PT-SP) também cobrou investigação. “Minhas condolências às famílias e amigos das vítimas e que a ação da polícia seja investigada o quanto antes”. Já o deputado Alencar Santana (PT-SP) desabafou que os jovens das regiões mais carentes não podem nem se divertir. “A juventude pobre das periferias não tem direito à mobilidade e nem opções de lazer e cultura em suas regiões. E, quando tenta se divertir, é tratada como gado e morta pela violência da polícia que devia proteger”.
O deputado Nilto Tatto (PT-SP) protestou em seu Twitter se é assim que se governa. “Falta de preparo e diálogo. Falta de governo. É assim ser gestor?”, indagou.
Para o líder da Bancada do PT na Câmara, Paulo Pimenta (PT-RS), o genocídio da juventude negra é um fato e esse episódio confirma isso. “Absurdo sem tamanho que precisa ser apurado e os responsáveis devem ser punidos. A vida das pessoas precisa ser respeitada. O genocídio da juventude negra é um fato e esse episódio confirma isso, embora o jornalismo da grande mídia vá continuar tratando como caso isolado”.
“Caso precisa ser apurado com urgência. É sobre essa abordagem violenta, entranhada no Estado que estamos falando. São muitas vidas para justificar uma ação de perseguição a criminoso”, lamenta e cobra a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR).
A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) ocupou a tribuna da Câmara, nesta segunda-feira (2), para manifestar indignação com o fato ocorrido no bairro Paraisópolis, periferia da Zona Sul de São Paulo. “A ação da Polícia Militar do Estado de São Paulo não foi somente desastrosa como muitos tentam classificar, mas criminosa, pois resultou na morte de nove jovens entre 14 e 23 anos, fora os feridos”, condenou a deputada.
PT e Psol pedem apuração sobre ação policial em Paraisópolis
A ação violenta da Polícia Militar de São Paulo em um baile funk em Paraisópolis, zona sul da capital paulista, que resultou em ao menos nove pessoas mortas pisoteadas, continua repercutindo. A bancada do PT na Assembleia Legislativa paulista também divulgou nota afirmando que vai acompanhar as apurações relativas ao caso.
“Há meses a Polícia Militar têm atacado os bailes funk, com apreensão de motos, carros e detenção de jovens, numa clara atuação preconceituosa e de marginalização da juventude negra periférica. Há cerca de um mês uma jovem perdeu a visão de um olho, alvejado com bala de borracha numa ação policial de opressão à baile funk”, diz a nota.
Os parlamentares afirmam que vão pedir explicações ao governador João Doria (PSDB). “Logo no início desta semana questionaremos o governador do Estado, secretário de segurança pública e comandante da PM e, acompanharemos com rigor este assombroso caso, para que estas mortes não caiam na vala da impunidade. ”
Integrantes do Psol também se manifestaram. “Inadmissível o que ocorreu nessa madrugada em Paraisópolis. 9 pessoas mortas por pisoteamento em decorrência de uma operação policial num baile funk. Nosso mandato vai acionar o Ministério Público e cobrar explicações à PM. Nossa solidariedade às vítimas”, afirmou a deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP).
Já o ex-candidato à presidente da República Guilherme Boulos, também do Psol, se manifestou por meio de seu perfil no Twitter. “A ação da PM para ‘dispersar’ um baile funk em Paraisópolis deixou 9 mortos. Os relatos e vídeos são estarrecedores. Ainda há imagens de um espancamento covarde após a ação. Quando quem deveria proteger leva o terror há algo muito errado. Solidariedade às vítimas e familiares. ”
Adolescentes espancados pela PM
O portal Uol divulgou um vídeo mostrando policiais militares espancando dois adolescentes após a ação no baile. Gravado por moradores, ele flagra PMs dando socos e pontapés, além de pisarem em dois garotos já dominados.
Em entrevista coletiva na tarde desse domingo (1º), o porta-voz da PM, tenente-coronel Emerson Masseira, disse que algumas imagens divulgadas nas redes sociais “sugerem excessos”. “O ouvidor das polícias, Benedito Mariano, disse que vai oficiar para que a Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo tome frente da investigação interna sobre a tragédia.