“Bolsonarismo é doença”, diz Lobão só agora
Foto: Marcelo Justo / Agência O Globo
A nomeção do maestro Dante Mantovani para a presidência da Funarte (órgão do Governo Federal cuja missão é promover e incentivar a arte no país) provocou reações negativas entre artistas da música brasileira. A maioria está indignada com falas de Mantovani em vídeos em seu canal no YouTube, que tem mais de 6 mil inscritos. Ali, além de tirar dúvidas sobre música erudita, ele aproveita para compartilhar teorias da conspiração.
Em um dos vídeos o maestro, aluno do ideólogo de direita Olavo de Carvalho, endossa teorias de que agentes comunistas infiltrados na CIA foram responsáveis por distribuir LSD para jovens em Woodstock. O objetivo, diz ele, seria destruir a família, vista como “base” do capitalismo. “O rock ativa a droga que ativa o sexo que ativa a indústria do aborto. A indústria do aborto por sua vez alimenta uma coisa muito mais pesada que é o satanismo. O próprio John Lennon disse que fez um pacto com o diabo”, afirma o youtuber.
Para o roqueiro Lobão, que apoiou Jair Bolsonaro no período eleitoral, mas em tuíte do dia 5 de agosto afirma que “será um prazer derrubá-lo”, vários nomes escolhidos por este governo para ocupar cargos nas pastas de cultura e educação “são pessoas fora de sync” (sincronia”).
– O Bolsonazismo é uma doença que assola o Brasil, uma doença paranóica, um delírio conspiratório. Mas eu acho ótimo, porque quanto mais cafonas eles são, mais mico pagam.Olavo de Carvalho dando conta da agenda de costumes do país, da educação, da cultura, usando todas as armas numa doutrina tirânica e retrógrada. Vi o Brasil em 1967 na passeata contra a guitarra elétrica. Eu que faço rock fico numa situação de fogo cruzado porque a esquerda detesta rock e a direita também – afirma.