“Corrupção não é fruto da miséria”, diz historiador
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De acordo com a Uol, o historiador Erivaldo Fagundes Neves lançou recentemente o livro Formação Social do Brasil – Etnia, cultura e poder (Ed. Vozes). Em entrevista ao A TARDE, da Uol, ele fala sobre a corrupção envolvendo a elite:
“A corrupção está onde o homem estiver. E a corrupção não é fruto da miséria. O roubo não é fruto da pobreza. O roubo é fruto do desvio de conduta. Não é uma condução natural. A conclusão fundamental é que essa corrupção, essa banalização do roubo e do desvio de conduta não caracteriza a cultura brasileira. Por que representa uma parcela ínfima da população brasileira? A grande e absoluta maioria da população rejeita. Ainda que se aproprie de um clipe no ambiente de trabalho, do xampu e do desodorante do hotel que é colocado à sua disposição, não o faz como uma forma de desvio de conduta generalizado. É sempre localizada. E a grande corrupção empresarial é conduzida pela elite”, afirma o historiador.
Quando questionado sobre sua opinião referente à demonstração de apreço ao autoritarismo, Erivaldo afirma: “Muitos integralistas estão aí, em ação, organizando esses grupos. O que é interessante é que na derrubada de Dilma usou-se o mesmo jargão de 1964. Naquela época se podia falar em ameaça comunista, mas agora não. O comunismo não está ameaçando ninguém, saiu da ordem do dia depois da queda do muro de Berlim. ”
Redação com Uol