Huck critica bolsonarismo por ataques a ONGs

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Foto: Reprodução

O apresentador de TV Luciano Huck participou nesta quarta-feira, 4, do lançamento do Instituto General Villas Bôas, fundado pelo ex-comandante do Exército e assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Eduardo Villas Bôas. Cortejado por partidos para disputar a próxima eleição contra o presidente Jair Bolsonaro, Huck aproveitou o discurso para criticar indiretamente a retórica bolsonarista.

Ativista do terceiro setor, Huck lamentou “ataques desleais” disparados contra organizações não governamentais. Ele alertou ao general, que está ingressando nessa área, que é uma missão difícil. Ressaltou, no entanto, que as ONGs, “quando levadas a sério, são importantes incubadoras de futuras políticas públicas”.

Bolsonaro não compareceu ao evento. Além de Huck, o general Eduardo Rocha Paiva também discursou. Um dos principais auxiliares de Villas Bôas na criação do Instituto, ele foi chamado de “melancia” por Bolsonaro em resposta a críticas que fez pelo presidente ter chamado os nordestinos de Paraíba. Por ser verde por fora (cor da farda) e vermelha por dentro (cor associada ao comunismo), a fruta é usada como adjetivo entre integrantes das forças armadas.

O general Rocha Paiva disse em discurso que um “projeto de Nação precisa de uma sociedade disposta a superar o quadro de corrupção, impunidade e a lógica da predominância do conflito sobre o debate respeitoso de ideias”. E alfinetou: “A virtude está no centro. Os extremos são viciosos. O centro político é democrático e liberal na economia, mas assume sua responsabilidade social com os mais necessitados”. Ele se definiu como “conservador, evolucionista, mas não imobilista nos costumes e tradições”.

Segundo ele, “será preciso cicatrizar a ferida aberta que compromete a coesão interna, fruto do embate ideológico com sua injustificável intolerância ao contraditório nos temas e debates políticos e sociais e na administração de setores importantes da sociedade”.

O ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o ministro-chefe do GSI, Augusto Heleno, também participaram da solenidade. O instituto é uma entidade sem fins lucrativos que se dedicará a três frentes de trabalho: a preservação da ideias e do trabalho de décadas do general Villas Bôas como oficial do Exército Brasileiro; o debate sobre o modelo de desenvolvimento do Brasil; e à difusão de informações sobre tecnologias que possam melhorar a qualidade de vida de quem tem algum tipo de limitação – idosos, pessoas com deficiências, doenças raras e crônicas.

Em 2016, Villas Bôas foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (ELA).

Estadão