Após ataque, EUA enviam 3 mil soldados ao Oriente Médio
Foto: Ebrahim Noroozi/AP
Os Estados Unidos estão enviando quase 3.000 soldados do Exército para o Oriente Médio, como reforços após a morte do general iraniano Quassim Suleimani em um ataque ordenado pelo presidente Donald Trump, informaram autoridades de Defesa nesta sexta-feira, 3. As autoridades disseram que as tropas são da 82ª Divisão Aerotransportada do Fort Bragg, na Carolina do Norte. A região já contava com pelo menos 700 soldados da mesma divisão, que se deslocaram para o Kuwait no início desta semana, após o ataque ao complexo da Embaixada dos EUA em Bagdá por milicianos apoiados pelo Irã.
General da Guarda Revolucionária do Irã Qasem Soleimani em marcha de celebração ao aniversário da Revolução Islâmica. Foto: Ebrahim Noroozi/ AP
O envio de tropas reflete a preocupação dos EUA com possíveis retaliações à morte de Suleimani, comandante da Força Revolucionária do Irã, na quinta-feira, 2. Desde maio, o governo dos EUA já havia enviado 14 mil soldados ao Oriente Médio.
A decisão de enviar tropas para a região foi tomada após as primeiras manifestações de Trump sobre o ataque contra o general iraniano. Segundo o presidente dos EUA, Suleimani era responsável pela morte de “muitos americanos ao longo dos anos e planejava matar muitos mais”. “Ele (Suleimani) deveria ter sido retirado há muitos anos”, acrescentou.
O ataque veio após uma escalada no conflito entre Washington e Teerã. As duas nações enfrentaram crises repetidas desde que Trump se retirou do acordo nuclear de 2015 e impôs sanções consideradas prejudiciais ao Irã. Após o ataque, os Estados Unidos pediram aos seus cidadãos que deixassem o Iraque “imediatamente”. O secretário de Estado, Mike Pompeo, defendeu a ofensiva que foi, afirmou ele, “totalmente legal”. Suleimani representava uma ameaça “iminente” contra os EUA e seus interesses na região.
A Casa Branca não informou o Congresso sobre o ataque. Somente pouco depois de o Pentágono confirmar a ofensiva, o secretário de Defesa, Mark Esper, notificou a iniciativa à presidente da Câmara, Nancy Pelosi.
Pompeo ainda chamou os líderes mundiais nesta sexta-feira, 3, para explicar e defender a decisão de Trump. O Departamento de Estado disse que Pompeo conversou com autoridades do Afeganistão, Grã-Bretanha, China, França, Alemanha e Paquistão.
Em suas ligações com os ministros das Relações Exteriores da Grã-Bretanha e da Alemanha, bem como com o conselheiro de estado da China, Pompeo enfatizou que Trump agiu para combater uma ameaça a vidas dos EUA na região, mas também que os americanos estão comprometidos com a “diminuição” das tensões na região.
Nessas conversas, Pompeo “destacou as ações desestabilizadoras do regime iraniano na região e a determinação do governo Trump de proteger interesses, pessoal, instalações e parceiros americanos”, afirmou o departamento.