Bolsonaro instaura “trem da alegria” na PF
Foto: Agencia Brasil
Após um ano marcado por conflito, o presidente Jair Bolsonaro iniciou 2020 com um afago na Polícia Federal (PF). Na sexta-feira, o governo editou uma medida provisória para reestruturar a carreira da PF, criando mais cargos comissionados.
Ao todo, foram criados 515 cargos de confiança, chamados de Funções Comissionadas do Poder Executivo (FCPE), e remanejados, sem novas despesas, diversas vagas Direção e Assessoramento Superior (DAS) para se criar outros 344 postos.
A MP saiu do forno com a assinatura do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Nas últimas semanas, Moro delegou ao seu secretário-executivo, Luiz Pontel, oriundo da PF, a articulação com o Ministério da Economia e a Casa Civil para garantir a publicação da MP.
Segundo fontes da PF, o fortalecimento institucional será transversal em toda a carreira e o impacto financeiro será pequeno. As delegacias de interior serão melhor reconhecidas e valorizadas com funções de chefia também para os agentes, escrivães, papiloscopistas, e as Superintendências Regionais também ganharão novos cargos de chefias.
A reestruturação da carreira era uma antiga reivindicação da PF. A pressão das associações que representam a categoria aumentou após o governo patrocinar, no ano passado, uma medida semelhante para a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Em carta enviada em outubro ao diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, a Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) afirmava que a corporação estava “relegada ao segundo plano” na gestão de Moro no Ministério da Justiça.
O ano de 2019 foi marcado por uma crise entre Bolsonaro e a PF, depois da tentativa de interferência do presidente na indicação do novo superintende para o Rio de Janeiro, seu reduto eleitoral. O episódio quase levou à saída de Valeixo do comando da corporação.