Comissão de Ética analisará denúncia contra Wajngarten
Foto: Marcelo Camargo / EBC
A Comissão de Ética Pública da Presidência (CEP) analisará as denúncias envolvendo o secretário especial de Comunicação Social, Fabio Wajngarten, em reunião ordinária do colegiado no fim de janeiro.
Segundo o presidente da CEP, Paulo Henrique Lucon, o encontro está previsto para ocorrer no próximo dia 28.
Ontem, reportagem do jornal “Folha de S.Paulo” apontou que a FW Comunicação e Marketing, da qual Wajngarten é sócio, recebe dinheiro de emissoras e agências que têm contrato com o governo. O ato pode configurar conflito de interesses e improbidade administrativa.
“A reportagem em referência será submetida, por meio de Nota de Conjuntura, à avaliação dos membros da Comissão de Ética Pública na 213ª Reunião Ordinária prevista para se realizar no dia 28 de janeiro de 2020”, disse Lucon, em resposta a consulta do Valor.
“Nessa oportunidade, o Colegiado deliberará a respeito da relevância dos fatos apontados e das providências a serem adotadas, que poderão consistir, em um primeiro momento, na determinação colegiada de que se oportunize ao interessado esclarecer os fatos.”
Segundo Lucon, “isso não consiste em juízo prévio de responsabilidade e, tampouco, instauração de processo de apuração ética”. “Apenas, a Comissão de Ética Pública exerce um juízo de delibação e oportuniza previamente o contraditório à autoridade referida no meio de comunicação”, informou o presidente da CEP.
Nesta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro saiu em defesa do secretário e disse que vai mantê-lo no cargo. “Se foi ilegal, a gente vê lá na frente, mas pelo que eu vi, até agora, tá tudo legal com o Fabio. Vai continuar. É excelente profissional. Se fosse um porcaria, como têm muitos por aí, ninguém tava falando”, disse Bolsonaro ao sair do Palácio da Alvorada.
O próprio secretário já tinha feito um pronunciamento à imprensa em torno do tema. Na quarta-feira, ele contou sua história como empresário do ramo de medição de audiência e se recusou a responder às perguntas dos repórteres.
Ele afirmou que a matéria da “Folha” não foi justa, equilibrada nem imparcial. “A matéria tem nome e sobrenome. E, se determinados grupos de comunicação ou institutos de pesquisa tinham em mim a tentativa de construção de uma ponte de diálogo, essa ponte foi explodida agora”, disse.