Ex-senador do MDB é preso pela PF por suspeita de Caixa 2
Foto: Roosewelt Pinheiro/Ag. Senado
A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira (9) o ex-senador Luiz Otávio Campos (MDB), do Pará, numa investigação sobre suspeita de caixa 2 na campanha de 2014 do atual governador do estado, Helder Barbalho (MDB). em Nota, o Governo do Pará disse que Helder não é alvo de mandados na operação.
Segundo as investigações, Campos é suspeito de intermediar um repasse não contabilizado de R$ 1,5 milhão da Odebrecht para a campanha de Helder. Mas a defesa do ex-senador, o advogado Jorge Medeiros, informou que a ação foi desnecessária sem amparo legal de outra prova para o suposto crime.
“Um depoimento que foi prestado em 2016, uma delação que foi feita em 2016 ou 2017, e que não encontra amparo no conjunto probatório de nenhuma outra prova. São só palavras. E é em cima disso que vem sendo executadas medidas cautelares, como prisão, busca e apreensão e que não se faz sentido. Medidas cautelares neste aspecto, entende a defesa que elas são desnecessárias, são exposições desnecessárias para as pessoas que estão sendo investigadas”, disse Medeiros.
Campos já foi deputado estadual no Pará. Ele exerceu o cargo de senador pelo então PMDB entre 1998 e 2006. Como senador, foi líder do partido no Senado. Ele também é empresário do ramo de navegação marítima e fluvial. Luiz Otávio já foi alvo de outra operação da PF, em 2017, investigado por propina na construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
Além de Campos, a PF tenta cumprir mandado de prisão contra outro investigado, no Tocantins, e 6 mandados de busca (3 no Pará, 1 no Tocantins e 2 no Distrito Federal). Os agentes procuram documentos e suspeitos ligados a um desdobramento das investigações da Lava Jato.
A investigação teve início a partir da colaboração premiada feita por dois executivos da empresa Odebrecht na Operação Lava Jato. Eles relataram que a campanha de Helder em 2014 recebeu R$ 1,5 milhão em três repasses da empresa e tudo teria sido intermediado por Campos.
Segundo o depoimento dos executivos, os repasses foram realizados nos meses de setembro e outubro de 2014. Os crimes investigados pela operação são falsidade ideológica eleitoral, que é o crime do caixa dois, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.