Explode número de famílias endividadas
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O percentual de famílias brasileiras endividadas subiu para 65,6% em dezembro, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Trata-se do maior percentual da série histórica do levantamento, iniciado em janeiro de 2010. Em dezembro de 2018, o índice era de 59,8%.
O indicador considera como dívidas os compromissos assumidos com cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnês de lojas, empréstimo pessoal, prestações de carro e seguro.
Houve queda no percentual de famílias com dívidas em atraso e no percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas, permanecendo assim inadimplentes.
Para a economista da CNC, Marianne Hanson, apesar do resultado ligar um sinal de alerta, o endividamento não foi acompanhado de um aumento expressivo da inadimplência.
“Observamos ao longo de 2019 que o percentual de famílias endividadas aumentou por conta de uma facilidade no acesso ao crédito, a menores taxas de juros e maior oferta das instituições financeiras, mas a inadimplência não acompanhou esse aumento. Pelo contrário, observamos uma redução no percentual de famílias com contas em atraso neste fim de ano. Por dois meses consecutivos, as famílias aproveitaram os recursos-extra como 13º salário e FGTS para quitar dívidas atrasadas, e mais famílias pagaram suas contas em dia.”
De acordo com a pesquisa, a parcela média da renda comprometida com dívidas recuou em dezembro para 29,7%, menor patamar desde junho de 2019. O cartão de crédito foi mais uma vez apontado como o principal vilão, sendo citado por oitenta por cento dos entrevistados, seguido por carnês e financiamento de carro.