Fotos de satélite mostram danos causados por mísseis no Iraque
Foto: Reprodução
Imagens de satélite captadas esta quarta-feira mostram que o ataque com mísseis iranianos causou danos em estruturas da base aérea de Ain al-Assad, no Iraque, que aloja tropas dos Estados Unidos e da coligação internacional e foi uma das atingidas na ofensiva do Irão.
As fotos, obtidas pela empresa Planet Labs e partilhadas pelo Instituto Middlebury de Estudos Internacionais, mostram hangares e edifícios atingidos pelos mísseis iranianos que foram disparados na madrugada desta quarta-feira.
Pelo menos cinco estruturas foram danificadas no ataque à base localizada na província de Anbar.
Não há relatos de vítimas em resultado do ataque a Ain al-Assad, que aconteceu na sequência de uma anterior ação militar dos EUA no Iraque, com recurso a drones, em que Qasem Soleimani, principal comandante militar do Irão, foi morto.
David Schmerler, analista do Middlebury Institute, diz que não está claro se os alvos na base foram escolhidos para evitar a perda de vidas. “Os edifícios que estamos a avaliar agora parecem ser utilizados para armazenar aeronaves”, afirma. Existem outras estruturas na base aérea que seriam exclusivamente para pessoas, o que pode dar a entender que pretendiam atingir locais com equipamentos e não com pessoas”, apontou o analista norte-americano.
Um outro professor do instituto colocou no Twitter a comparação entre as estruturas das bases antes do ataque e após serem atingidas por mísseis.
Donald Trump confirmou, numa declaração na Casa Branca, que não houve vítimas entre os militares norte-americanos. Do lado iraquiano também não há registo de baixas, o que contraria uma informação avançada pela televisão estatal iraniana, poucas horas depois do ataque, em que referia que aquela operação militar foi designada “Mártir Soleimani” e matou “pelo menos 80 militares norte-americanos”.
Foram mais de uma dúzia de mísseis iranianos que foram lançados contra duas bases iraquianas com tropas norte-americanas, em Ain al-Assad (oeste) e Erbil (norte). O ataque foi reivindicado pelos Guardas da Revolução iranianos como uma “operação de vingança”, em retaliação pela morte do general Qassem Soleimani.
No ataque terão sido usados mísseis Fateh-110, segundo o Pentágono.Mas outros analistas e especialistas em Defesa, como Jeffrey Lewis, do James Martin Center for Nonproliferation Studies, garantem que os iranianos terão também recorrido a mísseis Qiam-1, de combustível líquido e de curto alcance.
Estes mísseis Fateh-110 ou Qiam-1 têm sido usados repetidamente nos últimos anos para lançar ataques contra inimigos regionais. Com um alcance entre os 300 e os 500 km, os Fateh (cujo nome significa “conquistador”) têm capacidade para uma carga até 650 quilos, sendo guiados por satélite, o que os torna muito eficientes na busca do alvo.