Itamaraty acusa de terrorismo vítima de ataque dos EUA

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O Ministério das Relações Exteriores (MRE) manifestou na noite desta sexta-feira, 3, apoio à “luta contra o flagelo do terrorismo”, ao comentar, em nota oficial, o ataque aéreo norte-americano que matou no Iraque o general Qassim Suleimani, chefe da Guarda Revolucionária do Irã. O comunicado da diplomacia brasileira, o primeiro sobre o assunto, não menciona o nome do comandante militar.

Apesar de não citar a execução do general, por meio de um bombardeio de alta precisão efetuado por drones, na noite desta quinta-feira, dia 2, o MRE afirma que o Brasil está “pronto a participar de esforços internacionais que contribuam para evitar uma escalada de conflitos neste momento”.

Por outro lado, o governo brasileiro “condenou ataques à Embaixada dos Estados Unidos em Bagdá” e cobrou que as autoridades locais garantam o respeito à integridade dos agentes diplomáticos, previstos na Convenção de Viena.

O Itamaraty, por mais de uma vez e em tom de “apelo”, usa a nota para pedir a unidade de todas das nações contra o terrorismo em “todas as suas formas”. Uma das principais acusações dos EUA é justamente que a Revolução Iraniana promove o terrorismo e colabora com milícias no Iraque.

Em pronunciamento oficial, o presidente Donald Trump afirmou nesta sexta que Suleimani “planejava ataques iminentes contra diplomatas civis e militares norte-americanos” na região e citou a honra de “vítimas inocentes” dele. No comando da Guarda Revolucionária, o general era até então a figura militar mais importante do regime islâmico vigente no Irã desde o fim dos anos 1970.

“Nos últimos 20 anos, Suleimani vem perpetrando atos de terrorismo para desestabilizar o Oriente Médio. O que os EUA fizeram ontem deveria ter sido feito há muito tempo, vidas teriam sido poupadas”, afirmou Trump.

A política externa do governo Bolsonaro tem sido marcada por uma tentativa de aproximação com os EUA, conduzida pelo próprio presidente junto a Donald Trump. O Brasil também passou a tomar lado em questões internacionais nas quais antes se mantinha neutro ou em condição de mediador. A chancelaria tem optado por adotar posições defendidas pelos norte-americanos e seus aliados, como Israel.

“O governo brasileiro manifesta seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo e reitera que essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional sem que se busque qualquer justificativa ou relativização para o terrorismo”, afirma o Itamaraty. “O terrorismo não pode ser considerado um problema restrito ao Oriente Médio e aos países desenvolvidos, e o Brasil não pode permanecer indiferente a essa ameaça, que afeta inclusive a América do Sul.”

O ministério também afirma que o Brasil “acompanha com atenção os desdobramentos da ação no Iraque, inclusive seu impacto sobre os preços do petróleo”. O presidente Jair Bolsonaro havia afirmado, mais cedo, que se preocupa com o impacto de um eventual confronto no preço do combustível no País, mas que espera uma volta da normalidade nas cotações nos próximos dias.

Acontecimentos no Iraque e luta contra o terrorismo

Ao tomar conhecimento das ações conduzidas pelos EUA nos últimos dias no Iraque, o Governo brasileiro manifesta seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo e reitera que essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional sem que se busque qualquer justificativa ou relativização para o terrorismo.

O Brasil está igualmente pronto a participar de esforços internacionais que contribuam para evitar uma escalada de conflitos neste momento.

O terrorismo não pode ser considerado um problema restrito ao Oriente Médio e aos países desenvolvidos, e o Brasil não pode permanecer indiferente a essa ameaça, que afeta inclusive a América do Sul.

Diante dessa realidade, em 2019 o Brasil passou a participar em capacidade plena, e não mais apenas como observador, da Conferência Ministerial Hemisférica de Luta contra o Terrorismo, que terá nova sessão em 20 de janeiro em Bogotá.

O Brasil acompanha com atenção os desdobramentos da ação no Iraque, inclusive seu impacto sobre os preços do petróleo, e apela uma vez mais para a unidade de todas as nações contra o terrorismo em todas as suas formas.

O Brasil condena igualmente os ataques à Embaixada dos EUA em Bagdá, ocorridos nos últimos dias, e apela ao respeito da Convenção de Viena e à integridade dos agentes diplomáticos norte-americanos reconhecidos pelo governo do Iraque presentes naquele país.

Estadão.