OIT é pessimista sobre queda do desemprego no Brasil
Foto: Gustavo Azeredo/Agência O Globo
A perspectiva para o mercado de trabalho no Brasil não é boa. Pela estimativa da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em cinco anos a taxa sairá de 12% para 11,4%. Nesse momento, não há nenhuma força capaz de derrubar o desemprego no Brasil rapidamente, diz a OIT.
A taxa aqui é o dobro da média mundial, de 5,4%. O país tem oscilado entre 12 e 13 milhões de desempregados. Para a OIT, o problema não vai regredir nos próximos cinco anos, mas é muito difícil prever o que ocorrerá em um prazo tão longo. Se a economia crescer mais fortemente, o desemprego recuará mais rapidamente.
Os problemas do emprego não param por aí. A renda do trabalho hoje é uma parcela menor do PIB global, caiu de 54% para 51%. Além disso, há desigualdades dentro do mercado de trabalho. Um jovem negro da periferia tem menos chance de conseguir um emprego. Uma pesquisa, divulgada pelo “Bom Dia Brasil”, estimou que um morador de bairro nobre tem 100 vezes mais chances de conseguir uma vaga de trabalho.
Algumas empresas têm uma visão ainda limitada sobre a diversidade. Na hora de recrutar, a preferência é para quem mora perto. A diversidade ajudaria a companhia a entender a sociedade que consome seus produtos e serviços. Esse tipo de recrutamento, com pouca diversidade, ainda piora a desigualdade no país.
Outro fator é o avanço tecnológico. Essas novas tecnologias desempregam, mas também criam novos empregos em áreas de ponta.
A questão do emprego tem que ser discutida profundamente. O mercado de trabalho está passando por mudanças.