PMs agridem motoqueiro com barra de concreto em SP
Um PM pega uma barra de concreto, anda alguns metros, se prepara. Logo na sequência, ele dá um golpe certeiro na cabeça de um motoqueiro que passava pela rua, sem nem sequer abordá-lo antes disso. O caso aconteceu no Jardim Jaqueline, zona oeste da cidade de São Paulo, na noite de Natal (25/12) e foi flagrado por câmeras de segurança.
Vídeo obtido pela Ponte mostra a queda do homem na sequência da agressão, atingindo um veículo que estava no sentido contrário. Os policiais o arrastam para o outro lado da rua. Ele levava sua esposa na garupa. Seu quadro de saúde melhorou apenas neste domingo (29/12), data em que recebeu alta hospitalar, quatro dias após a agressão.
A vítima, que tem 23 anos, teve afundamento craniano e recebeu, após operação, dezenas de pontos na cabeça e outros na testa, áreas mais afetadas pela agressão do policial, que integra a 3ª Cia do 16ª BPM/M (Batalhão de Polícia Militar Metropolitano). Esta companhia é a mesma que atua na favela de Paraisópolis, que registrou um massacre no dia 1ª de dezembro em ação policial em um baile funk, quando 9 pessoas, a maior parte estudante, morreram pisoteadas.
Questionada pela Ponte, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo, gerida pelo general João Camilo Pires de Campos neste governo de João Doria (PSDB), assegurou que os PMs envolvidos na ação foram afastados do trabalho. A pasta não detalha a quantidade de policiais afastados.
“Polícia Militar esclarece que os policiais que aparecem nas imagens já foram identificados. Diante da gravidade do fato, a Corregedoria instaurou inquérito policial militar para apurar todas as circunstâncias”, assegura a pasta.
Esta restrição disciplinar ocorre até o fim do inquérito policial e os PMs são retirados do trabalho de rua, atuando em atividades administrativas. Neste período, os policiais mantém seus salários normalmente.
“As imagens denotam erro grave nos protocolos vigentes na Polícia Militar e todos os envolvidos foram afastados das atividades operacionais, enquanto durarem as investigações”, finaliza a nota da SSP.