Regina Duarte decidirá futuro do Prêmio Nacional das Artes
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Lançado pelo ex-secretário especial da Cultura Roberto Alvim na véspera de sua demissão, na semana passada, o edital do Prêmio Nacional das Artes não chegou a ser publicado no Diário Oficial da União. De acordo com a pasta, “caberá ao novo secretário reavaliar a continuidade do prêmio”. Em nota, o órgão afirmou que, como não houve a oficialização, não há “suspensão”. Convidada para substituir Alvim, a atriz Regina Duarte chega hoje a Brasília para conhecer a estrutura da secretaria e decidir se aceita o cargo.
O prêmio, com valor total de mais de R$ 20 milhões, foi lançado em um vídeo protagonizado pelo então secretário na última quinta-feira. Na gravação, Alvim copiou uma citação do ministro de propaganda da Alemanha nazista, Joseph Goebbels. Além disso, o anúncio traz como fundo musical a ópera “Lohengrin”, de Richard Wagner, compositor alemão celebrado pelo nazismo.
Após a repercussão negativa da produção, ele foi exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro, para quem o “pronunciamento infeliz” tornou a permanência do secretário no governo “insustentável”, por mais que ele tenha se desculpado.
Com a saída de seu idealizador, o futuro do prêmio segue em aberto. Por seu formato, o projeto era uma ferramenta ideal para contemplar manifestações artísticas que estivessem ideologicamente de acordo com o pensamento conservador e religioso de Alvim.
De toda forma, anunciado como uma iniciativa “gigantesca”, a premiação estava longe de ser um incentivo suficiente para a cultura nacional: destinaria apenas R$ 20 milhões, para serem divididos entre 145 projetos de ópera, música, artes visuais (divididas nas subcategorias pintura e escultura), teatro e literatura. Para comparar: o espetáculo “A família Addams”, de 2015, custou R$ 25 milhões.