Regina Duarte repugna comunidade artística
Foto: Reprodução
O convite do presidente Jair Bolsonaro à atriz Regina Duarte para assumir o comando da Secretaria Especial da Cultura do governo federal foi recebido com críticas e ironias por artistas alinhados à esquerda. Atores como José de Abreu e Gregorio Duvivier, além do diretor Kleber Mendonça Filho e a documentarista Debora Diniz estão entre os que comentário a possível nomeação. Regina Duarte ainda não respondeu se aceita o convite.
“Personagem e criatura se confundem na adoração que ela devota ao presidente Bolsonaro”, escreveu Debora Diniz no Twitter. “Ela é matéria que incorpora a libido do poder patriarcal. Uma mulher em submissão encantada.”
Regina Duarte foi convidada para a Secretaria de Cultura. Personagem e criatura se confundem na adoração que ela devota ao Presidente Bolsonaro. Ela é a matéria que incorpora a libido do poder patriarcal. Uma mulher em submissão encantada.
— Debora Diniz (@Debora_D_Diniz) January 17, 2020
José de Abreu reagiu com ironia à possibilidade de Regina assumir o posto: “Breaking Faking News: Regina Duarte exige a recriação do Ministério da Cultura para participar do governo. ‘Sempre fui a protagonista, não será agora que vou ser a secretária. Quase não tem fala’”, debochou, também no Twitter.
Breking Faking News: Regina Duarte exige a recriação do Ministério da Cultura para participar do governo. “Sempre fui a protagonista, não será agora que vou ser a secretária. Quase não tem fala!”
— José de Abreu (@zehdeabreu) January 20, 2020
Na mesma rede social, Duvivier escreveu: “Se a Regina Duarte aceitar, quem ela vai nomear pro ponto eletrônico?”, questionou, citando um recurso que a atriz já admitiu usar em algumas cenas para lembrar as falas. Já o diretor de Bacurau, Kleber Mendonça Filho, se limitou a compartilhar uma notícia sobre a possível nomeação com a mensagem: “O caos reina”, em inglês.
https://t.co/zh9VJr1Pwa Chaos Reigns 🦊
— Kleber Mendonça Filho (@kmendoncafilho) January 17, 2020
A empresária e produtora cultural Paula Lavigne, organizadora do movimento 342 Artes, disse que Regina “é de direita, mas não é nazista”. “Acho que na situação de desmonte total da cultura que estamos vivendo, ter Regina Duarte pode ajudar. Ela é de direita, mas não é nazista: redução de danos”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo.
Convidada por Bolsonaro, Regina Duarte deve decidir nesta segunda-feira se aceita o convite após encontro com o presidente no Rio de Janeiro. O cargo para a chefia da Secretaria Especial de Cultura ficou vago depois da exoneração de Roberto Alvim, que parafraseou em um vídeo uma fala do ministro da Propaganda de Adolf Hitler, Joseph Goebbels.