Guedes agride domésticas brasileiras
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A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) repudiou em plenário, na noite desta quarta-feira (12), o argumento do ministro Paulo Guedes (Economia) para a alta do dólar, que encerrou o dia vendida a R$ 4,3505, em alta de 0,55%. “É um absurdo o ministro afirmar que o dólar alto é bom porque empregada doméstica estava indo para a Disney. Uma festa danada (…). Então é bom o dólar subir, porque os pobres jamais poderão sair do lugar em que estão. É isso que Paulo Guedes diz, é isso que ele está fazendo, com essa política nefasta”, protestou.
Benedita destacou ainda que Paulo Guedes sugeriu que é melhor os trabalhadores domésticos passearem no Nordeste, que está cheio de praia bonita. “Nós sabemos que as trabalhadoras domésticas, que estão há vários anos sem ver a sua família no Nordeste, só puderam fazer isso nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, porque agora as empregadas que estão trabalhando no Sudeste, e que têm seus familiares no Nordeste, não estão podendo ir. E ele diz um absurdo desses”, criticou a deputada, sem esconder a sua indignação com a atitude do ministro da Economia de Bolsonaro.
A deputada Erika Kokay (PT-DF) também considerou a afirmação de Paulo Guedes um desrespeito e defendeu a saída do ministro da pasta. “Nós estamos vivenciando o desnudamento de um governo extremamente cruel, com um ministro da Justiça (Sérgio Moro) que se cala frente a todas as denúncias de corrupção, com um ministro da Economia que chama servidores de parasitas e que agora diz que é bom o dólar estar aumentando porque as empregadas domésticas estavam indo muito para a Disney. É um desrespeito. Esse ministro tem que sair”, pediu.
O deputado Alexandre Padilha (PT-SP), ao criticar a fala do ministro, ironizou: “Esse é o senhor que o Bolsonaro colocou no governo para definir o valor do salário mínimo, para definir os direitos trabalhistas dos trabalhadores de todo o Brasil, para definir a Previdência que os empregados têm em todo o País. Agora, ele que já desrespeitou o servidor público, chamou-os de parasita, ofende as trabalhadoras domésticas. Certamente Paulo Guedes nunca perguntou para o seu motorista, para o seu porteiro, para a sua empregada doméstica de onde eles vieram, porque senão saberia que a maioria que trabalha no Sudeste vem do Nordeste, para onde sempre volta porque as suas famílias ficaram lá”.
Padilha relembrou também que muitos tiveram a oportunidade de voltar e viajar de avião nos governos Lula e Dilma. “Está claro o motivo do golpe. É porque há gente que tem nojo da maioria da população, tem nojo das empregadas e empregados domésticos. Não suportam que o povo pobre divida o mesmo assento no avião que vai para Miami, como não suportam os negros e negras entrando nas universidades brasileiras. Xô, Paulo Guedes! Xô, Bolsonaro! Respeitem o povo!”, exigiu.
Também indignado, o deputado Bohn Gass (PT-RS) afirmou da tribuna que a argumentação de Paulo Guedes é “uma maluquice”, “uma estupidez”. “De fato é uma maluquice as atitudes e as falas da elite brasileira, representadas na fala do Paulo Guedes dos banqueiros. Dizer que o dólar alto é bom porque a empregada doméstica estava indo para a Disney? Isso mostra o preconceito dessa elite, que vai para Miami, vai para Nova York, vai para os Estados Unidos, vai para a França, vai para todos os lugares do mundo. E o povo pobre é para ficar no Brasil”.
Bohn Gass explica que é para todos ficarem sim curtir o Brasil. “Nós amamos o Brasil, mas a maluquice desta fala do Paulo Guedes, de que o dólar alto faz bem para todos, é até, para um cara que é economista, uma estupidez! Vocês imaginem todos os ingredientes do exterior que são comprados no Brasil em dólar! Atenção caminhoneiros, o Paulo Guedes acha bom que o diesel aumente, porque o diesel tem um ingrediente comprado em dólar e vai ficar mais caro”, alertou.