Lula é investigado a pedido de Moro

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Foto: Reprodução

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva depôs em Brasília, na manhã desta quarta-feira, 19, como investigado em um inquérito para apurar se ele violou a Lei de Segurança Nacional. A investigação, sob responsabilidade da Polícia Federal, foi aberta a pedido do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.

Segundo um técnico do ministério, trata-se de uma representação por crime contra a honra do presidente Jair Bolsonaro. A suposta infração ocorreu um dia após a libertação de Lula, que cumpriu 580 dias de prisão na sede da Polícia Federal de Curitiba. Durante seu discurso no Sindicado dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, o ex-presidente afirmou que Bolsonaro “governava para milicianos”.

O trecho em que Lula cita o presidente Bolsonaro foi o seguinte: “Tem gente que fala que tem de derrubar o Bolsonaro. Tem gente que fala em impeachment. Veja, o cidadão foi eleito. Democraticamente, aceitamos o resultado da eleição. Esse cara tem um mandato de quatro anos. Mas ele foi eleito para governar para o povo brasileiro, e não para governar para os milicianos do Rio de Janeiro”.

O próprio presidente Bolsonaro havia ameaçado de enquadrar o petista na Lei de Segurança Nacional. Dois dias depois do discurso de Lula, o presidente afirmou: “Temos uma Lei de Segurança Nacional que está aí para ser usada. Alguns acham que os pronunciamentos, as falas desse elemento, que por ora está solto, infringem a lei”.

Mais cedo, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) postou um tuíte sobre depoimento dado por Lula. A petista classificou o episódio como “inacreditável”. Gleisi compareceu à audiência junto com Lula e com o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).

Lula ainda prestará depoimento na tarde desta quarta na Justiça Federal de Brasília, em razão de uma ação penal em que é réu, no âmbito da Operação Zelotes.

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