Bolsas no Brasil e nos EUA acionam ‘circuit breaker’

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Foto: Pixabay

Cerca de meia hora após a abertura dos negócios, a Bolsa de São Paulo suspendeu suas operações. Às 10h25, quando registrava queda de 12,53%, foi acionado o mecanismo conhecido como circuit breaker. Assim, as negociações ficam paralisadas por meia hora. O mesmo mecanismo foi usado em Nova York, após os principais índices terem aberto com quedas acima de 9%. Na Europa, as perdas são na faixa de 10%. No câmbio, o dólar comercial subia 3,25% às 10h30, valendo R$ 4,97. Mesmo com os EUA praticamente zerando os juros, o tombo nos mercados não foi evitado.

As negociações nos EUA foram interrompidas quando o Dow Jones caía 9,71% e o S&P, 6,12%. A medida foi tomada pouco após a suspensão brasileira, às 10h35. Nos mercados europeus, a perda mais internsa fica por conta do índice Ibex 35, de Madri, que desaba 11,72%. A Espanha decretou quarentena nacional. Em Paris, o CAC recua 10,7%. FTSE 100 (Londres) e DAX (Frankfurt) têm desvalorização de, respectivamente, 7,5% e 9,29%.

Na véspera, em um movimento extraordinário, o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) cortou em um poto percentual os juros, para a banda entre 0% e 0,25%. A medida, porém, teve pouco impacto diante de tamanha tensão nos mercados provocada pela pandemia do novo coronavírus.

— Cortes de juros ajudam neste momento, uma vez que a liquidez se torna um problema nos mercados. Mas o que preocupa os investidores é justamente a falta de um pacote amplo e claro de medidas na parte fiscal — diz Italo Lombardi, economista para América Latina do Crédit Agricole.

Lombardi, que fica sediado em Nova York, avalia que os Bancos Centrais já fizeram o que podiam. Na sua leitura, é preciso que os governos apontem quais medidas vão tomar para garantir a operação de setores duramente afetados pelas quarentenas:

— A parte monetária já foi feita. O que espera-se nesse momento é um plano para resgatar vários setores que podem quebrar. É difícil imaginar que o setor de aviação e de varejo, por exemplo, vão ficar bem, em um rápido período, depois de tudo que está acontecendo.

No Brasil, Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu facilitar a renegociação de dívidas e concessão de crédito, um pacote cujo impacto pode chegar a R$ 3,2 trilhões. Na Europa, o Banco Central do continente liberou 100 bilhões de europs para os bancos, com o objetivo de manter o fluxo de crédito na região.

O Globo