Coronavírus: MEC considera suspender aulas
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Em vídeo publicado em rede social, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse nesta quarta-feira que as instituições de ensino precisam se preparar para “medidas emergenciais pontuas”por conta do novo coronavírus. Weintraub sugere que, caso seja necessário, é preciso ter pronto um plano de aulas “remotas”.
Porém, durante uma audiência na Câmara dos Deputados, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que vê a possibilidade de suspensão de aulas como um potencial risco para avós de crianças que, por serem idosos, integram o principal grupo de risco da Covid-19.
— Nós já estamos nos preparando, sempre orientados pelo Ministério da Saúde, para que caso venha acontecer qualquer coisa, os danos sejam os menores possíveis. Uma cidade ou região que precise ter uma atenção mais especial para que nós tenhamos prontos um plano de aulas remotas — afirmou Weintraub no vídeo publicado nas redes sociais.
O ministro explicou, ainda, possíveis alternativas às aulas presenciais:
— Você manda (o conteúdo das) as aulas para os alunos, disponibiliza o e-mail, o YouTube, Skype, (conexão de) internet, (tudo) pra você evitar aglomeraçãoe evitar transmissão mais aguda do coronavírus.
Nesta quarta-feira, o Conselho do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP) enviou comunicado aos alunos suspendendo todas as atividades depois da confirmação de um caso do novo coronavírus no setor.
O ministro fala também em trabalho remoto de funcionários e mudança do período de férias em universidades e institutos federais. Destaca ainda que, se for preciso, as instituições devem minimizar a realização de reuniões, simpósios e seminários.
— Pensem num cenário de contingência. Acho que é a melhor solução — disse o ministro. — Os estudantes e professores têm que fazer sua parte.
Weintraub publicou o vídeo ao mesmo tempo em que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, falava na Câmara a respeito da Covid-19. Durante sua fala, Mandetta disse que não descarta a suspensão das aulas em algum momento, mas mencionou uma conversa com o ministro da Educação e citou problemas que podem inviabilizar a medida.
Segundo Mandetta, existe o risco de elevar a infecção em idosos, que são a população mais vulnerável e com maior letalidade.
— Tem uma discussão. Ontem fiz uma reunião com o ministro (Abraham) Weintraub (da Educação), discutindo. Porque tem o seguinte: quando se fazem férias escolares ou suspensão de aula, essas crianças vão ficar com quem? Se mandarem para os avós, como é o hábito das famílias brasileiras, eu vou estar expondo, porque 30% são assintomáticas, um tanto dessas crianças e adolescentes têm formas leves — disse Mandetta.
A informação de que o ministério analisa a antecipação das férias de fim de ano para o meio do ano foi dada inicialmente pelo jornal “Folha de S. Paulo”. O novo coronavírus, que costuma provocar febre e sintomas respiratórios.
O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, disse que a possibilidade de mudar o calendário de férias é uma sugestão em estudo, não uma recomendação.
— Estamos discutindo todas as possibilidades. Não são recomendações, são sugestões — disse Wanderson.