Doria tenta diminuir impacto do coronavírus na economia

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Roberto Casimiro/Agência O Globo

Responsável por administrar o maior foco da crise de saúde causada pelo novo coronavírus no país, o governador JoãoDoria(PSDB) repetiu três vezes nesta quinta-feira a frase “não é uma decisão política”. Durante uma entrevista coletiva transmitida pelas redes sociais, ele referia-se à recomendação do seu governo de não decretar um “toque de recolher” em São Paulo na contramão do que tem feito cidades como Nova York e Londres.

— Não é o instinto do governador. As decisões são de ordem sanitária e de saúde pública e não política — explicou-se.

De fato, é majoritário o entendimento entre o corpo técnico do governo paulista — que frisou tratar especificamente do cenário desta quinta-feira — de que ainda não é hora para sair fechando escolas ou universidades nem decretando o cancelamento de shows, feiras de negócios e até de jogos de futebol. Até aqui as decisões parecem estar amparadas em critérios técnicos.

Entretanto, há também um cálculo político sendo feito paralelamente às questões de saúde pública.

Doria tem demonstrado preocupação com o impacto que a epidemia do coronavírus pode causar à economia do estado, um dos cartões de visita de sua gestão. O governador sabe que o estrago econômico virá — com queda de receita, redução do PIB paulista e até desemprego — e o que ele tenta fazer é minimizá-lo o máximo possível dentro dos limites do que permite a responsabilidade com a saúde pública.

Nesta manhã, o tucano deixou o temor evidente:

— Não é razoável uma ação precipitada paralisar um estado com 46 milhões de habitantes. Isso tem impacto muito grande na vida das pessoas, na renda. Ao precipitar isso desencadeamos um processo cuja recuperação é praticamente impossível. Isso impacta na renda, receita, vida. A decisão mais fácil é decretar o fechamento. Mas não é esse o caminho que o governo de São Paulo deseja — afirmou o governador.

O Globo