Regina Duarte demite terraplanista da Funarte
Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
O maestro Dante Mantovani, uma das nomeações mais controversas da gestão de Roberto Alvim na Secretaria Especial da Cultura, foi demitido da presidência da Funarte. Sua exoneração foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira, junto com a nomeação de Regina Duarte para o comando da Cultura do governo Jair Bolsonaro.
Nomeado em dezembro do ano passado, Mantovani chamou atenção por teorias da conspiração que compartilhava em seu canal no YouTube. Em um vídeo, ele falou sobre sua crença de que o rock leva ao satanismo.
“O rock ativa a droga, que ativa o sexo, que ativa a indústria do aborto. A indústria do aborto por sua vez alimenta uma coisa muito mais pesada que é o satanismo. O próprio John Lennon disse que fez um pacto com o diabo”, disse Mantovani.
Em outra gravação o maestro que é aluno do ideólogo de direita Olavo de Carvalho, endossa teorias de que agentes comunistas infiltrados na CIA foram responsáveis por distribuir LSD para jovens em Woodstock. O objetivo final, diz ele, seria destruir a família, vista como “base” do capitalismo.
A pedido de Regina Duarte, outros cinco presidentes de órgãos da cultura foram demitidos. Entre eles estão outros indicados de Roberto Alvim, que compunham a ala olavista da pasta. São eles Camilo Calandrelli, da Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura; Reynaldo Pereira, da Secretaria da Economia Criativa; Marcos Azevedo, Secretário de Direitos Autorais e Propriedade Intelectual; e Rodrigo Junqueira, Secretário de Difusão e Infraestrutura Cultural.
Também foi demitido o presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Paulo Cesar Brasil, que estava desde janeiro a frente do órgão. Os substitutos ainda não foram anunciados. A atriz tomará posse na Secretaria Especial da Cultura nesta quarta às 11h.
Funcionários que estavam em cargos de confiança da secretaria também foram exonerados, conforme antecipou O GLOBO. Alguns afirmaram que foram demitidos por serem “bolsonaristas”, indicando o descontentamento de correntes da direita com a nomeação de Regina para o comando da Cultura.