Um livro histórico: a importância de Marisa Letícia para o Brasil

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Foto: Reprodução

Marisa Letícia Lula da Silva é uma das figuras mais emblemáticas da história brasileira contemporânea. Companheira do principal líder político do país desde os anos 1970, Lula, Marisa foi retratada de diferentes maneiras: submissa e dócil, forte e mandona, ignorante, inexpressiva ou vingativa. Nenhuma chegou perto da verdadeira Marisa.

Da menina que foi babá aos nove anos à primeira-dama dedicada a restaurar o patrimônio histórico do Palácio da Alvorada, Marisa nunca deixou de se identificar com as mulheres operárias dos anos 1970. E foi assim, como uma lutadora, que se tornou a esposa, a confidente, a amiga e companheira de Lula, presente nos momentos de glória, mas também de luta e de solidão.

Escrita pelo jornalista Camilo Vannuchi, 40, essa biografia consumiu quase três anos de pesquisa e apuração rigorosas, com mais de 90 pessoas entrevistadas. O livro conta com uma apresentação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e prefácio do escritor Fernando Morais. Em 408 páginas e 48 fotografias, o autor narra a vida de Marisa e a entrelaça com a história do país. Marisa era filha de imigrantes italianos que se radicaram na zona rural de São Bernardo do Campo, cresceu entre plantações de batata e começou a trabalhar muito cedo, primeiro como babá e, aos treze anos, tornou-se operária da fábrica Dulcora, tendo que sair da escola. Ficou viúva aos vinte anos, grávida de quatro meses, e conheceu Lula, também viúvo, três anos depois, no sindicato dos metalúrgicos onde ele trabalhava.

Ao lado de Lula, Marisa viveu a explosão do movimento sindical no final dos anos 1970 e também a repressão em tempos de ditadura. Liderou passeatas e ajudou a fundar o PT, colhendo assinaturas de casa em casa na região do ABC Paulista e hospedando reuniões intermináveis em sua própria casa. Costurou a mais conhecida bandeira do partido, pouco depois da fundação, e pintou camisetas para as primeiras campanhas eleitorais. Nunca se esqueceu de onde veio. Mais tarde, quando Lula perdeu a primeira eleição para presidente, em 1989, Marisa ajudou o marido a manter o foco e participou ativamente das Caravanas da Cidadania, que percorreram o Brasil de alto a baixo. No palácio da Alvorada, já primeira-dama, coordenou uma das mais importantes campanhas de recuperação do patrimônio histórico e arquitetônico realizadas no país.

Nos últimos anos de vida, a perseguição da Lava Jato e o recrudescimento da polarização política fizeram com que Marisa e sua família pagassem um preço alto por terem acompanhado Lula em sua trajetória. Muitos acreditam que o acidente vascular cerebral que a matou foi provocado pelo estresse que ela vivia no auge da criminalização do Partido dos Trabalhadores. No livro de Camilo Vannuchi, Marisa deixa de ser personagem coadjuvante para se tornar a protagonista de uma história pouco conhecida. “Além da Marisa militante, tem-se aqui o retrato da mãe coruja, da avó e da esposa que não tinha cerimônia em divergir do marido ilustre”, diz Fernando Morais no prefácio.

“Informativo e comovente, este livro torna-se leitura obrigatória para quem queira conhecer mais essa mulher singular e as circunstâncias em que viveu”.

Sobre o autor: Camilo Vannuchi é jornalista e escritor. Trabalhou nas revistas IstoÉ e Época São Paulo e foi colunista no site da Carta Capital. Cursa doutorado em Ciências da Comunicação pela USP e mantém um blog no UOL. É coautor do livro Jovem Guarda e Tropicália, finalista no Prêmio Jabuti de 2017 na categoria didático e paradidático.

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