Analistas veem maior queda da aprovação de Bolsonaro
Transcorrido quase um mês da crise da covid-19 e com base no arrazoado das recentes (e muitas) pesquisas, é possível inferir que Jair Bolsonaro, a despeito das críticas a seu governo, não despencou até agora no precipício da opinião pública (tem reprovação abaixo dos 50% e aprovação acima dos 25%).
Porém, o pior está por vir no combate à pandemia, alertam as autoridades. A extensão da calamidade e seus impactos sobre os brasileiros ainda não podem ser mensurados, mas analistas experientes arriscam: politizar tragédias quase nunca dá certo.
Resumo. Se a estratégia de politização adotada pelo presidente rendeu a ele algum fôlego, a fórmula deve se transformar em pesado ônus se o pior cenário se confirmar: poderá sair da crise com imagem de “insensível”, “oportunista” e também “despreparado”.
Para todos. O “conselho” dos analisas sobre o perigo da politização de tragédias não vale apenas para Bolsonaro, claro. Ministros, governadores e prefeitos também estão sob escrutínio da população, alertam eles. Quem quiser lucrar politicamente, pode se dar mal.
Como baliza, vale recordar o que é o precipício da opinião pública: em março de 2016, apenas 10% dos brasileiros aprovavam a gestão de Dilma Rousseff (PT), conforme pesquisa do Ibope. A desaprovação à então presidente chegou a incríveis 69%. Em agosto, ela perdeu o cargo.
Estrago. Mesmo se a crise, por um milagre divino, terminasse hoje, Bolsonaro sairia dela menor do que entrou (em índices nas pesquisas, apoios e credibilidade), dizem políticos e analisas ouvidos pela Coluna. E o presidente ainda teria pela frente um cenário econômico muito complicado.