As investigações que jogaram Bolsonaro contra Moro

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Foto: Alan Santos / Divulgação

Ao pedir demissão, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro acusou o presidente Jair Bolsonaro de tentar interferir em investigações da Polícia Federal. Segundo o ex-ministro, Bolsonaro “sinalizou que tinha preocupação em investigações em curso no Supremo Tribunal Federal e que a troca (do diretor-geral da Polícia Federal) seria oportuna nesse sentido” .

No Supremo há duas investigações que podem recair em aliados do presidente, e no Congresso, mais uma. As denúncias de Moro também motivaram a Procuradoria-Geral de República a pedir a abertura de mais um inquérito para investigar se houve tentativa de Bolsonaro de interferir na PF.

Aberto em março do ano passado por ordem do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, o inquérito é tocado pelo ministro Alexandre de Moraes. Já houve ordens de busca e apreensão contra supostos autores de fake news e de ofensas a autoridades públicas. A Polícia Federal (PF) analisa dados de informática para detectar outros envolvidos na disseminação de notícias falsas. Estão na mira da investigação deputados bolsonaristas e outros aliados do presidente.

Solicitado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o inquérito busca possíveis crimes na organização de manifestações antidemocráticas e mira, em um primeiro momento, os deputados federais Daniel da Silveira (PSL-RJ), que ficou conhecido por rasgar a placa da vereadora Marielle Franco, e o Cabo Junio Amaral (PSL-MG), ambos da base bolsonarista. O próprio presidente Jair Bolsonaro participou dessas manifestações, mas não é alvo inicial da investigação.

A PGR pediu abertura de inquérito para apurar as acusações feitas pelo ex-ministro Sergio Moro contra Bolsonaro de que houve tentativas de interferência na PF. A suspeita é que o presidente possa ter cometido obstrução de Justiça e outros crimes. A abertura da investigação ainda não foi autorizada pelo STF.

A Comissão Parlamentar de inquérito já obteve indícios de que a disseminação de fake news teve origem em computadores do Congresso Nacional, inclusive chegando a um assessor do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Eduardo inclusive acionou o STF para tentar barrar a prorrogação da CPMI.

O Globo