Bolsonaro leva deputados à porta do Alvorada para defendê-lo

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Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

O presidente Jair Bolsonaro se defendeu, na manhã desta quarta-feira (29/4), sobre a frase dita, na noite dessa terça-feira (29/4), durante entrevista na entrada do Palácio da Alvorada, onde foi questionado sobre o aumento das mortes no país pelo nova coronavírus, o que fez com que o Brasil tivesse o número de óbitos ainda maior do que na China. O chefe do Executivo então disparou: “E daí? Lamento. Quer que que eu faça o que? Eu sou Messias, mas não faço milagre”.

Nesta quarta-feira, Bolsonaro tomou café com 25 deputados do PSL. Depois, levou parte dos parlamentares bolsonaristas para defendê-lo na porta da residência oficial, entre eles, os deputados Bibo Nunes, Carla Zambelli e Caroline de Tonni que, junto a ele, criticaram a imprensa sobre as notícias da última entrevista dada pelo chefe do Executivo.

O deputado federal Luiz Lima (PSL-RJ), que teve a mulher e a filha presas ao desrespeitarem decreto estadual que limita o acesso à praia, assinado pelo governador Wilson Witzel, também esteve presente.

Em uma entrevista tumultuada, marcada por bate-boca, Bolsonaro creditou a governadores o aumento da crise no país. Questionado sobre o decreto editado por ele que amplia a lista de serviços essenciais, Bolsonaro apontou para o governador de São Paulo, João Doria.

“As medidas restritivas são a cargo dos governadores e prefeitos. A imprensa tem que perguntar para o Doria porque tem mais gente perdendo a vida em São Paulo. Perguntar para ele que tomou todas as medidas restritivas que ele achava que devia tomar”, disparou.

Bolsonaro disse ainda que a imprensa não pode colocar na conta dele questões que ‘não cabem a ele “Não adianta a imprensa querer botar na minha conta estas questões que não cabem a mim. Não adianta a Folha de S.Paulo, O Globo, que fez uma manchete mentirosa, tendenciosa e querer botar a culpa em mim.

Em seguida, questionado se não havia dito a frase de nessa terça, Bolsonaro se mostrou irritado. “Você não botou o complemento! Você não botou o complemento!”.Os profissionais então perguntaram qual seria o complemento. “A Globo não tem moral. Vocês não têm moral. Você é um mentiroso, a Globo é mentirosa”, respondeu. Os repórteres então repetiram o questionamento.

“O complemento é que que eu lamento. Está lá. Falei aqui. Perguntei, tinha pelo menos duas TVs ao vivo. Mesmo ao vivo… A Globo tem que se definir. Eu não vou pagar para vocês falarem a verdade nem bem de mim. Não vou pagar para a Globo escrever a verdade ou falar bem de mim. Perguntem para o Doria a questão de óbitos que estão acontecendo. Ele tomou todas as medidas restritivas. O Supremo decidiu quem decide essas questões são governadores e prefeitos, então cobrem deles”, reagiu Bolsonaro.

Nessa terça-feira, o chefe do Executivo foi perguntado sobre o número de óbitos no Brasil por conta do novo Covid-19. Ele então disparou: “E daí? Lamento. Quer que que eu faça o que? Eu sou Messias, mas não faço milagre”.

Bolsonaro disse ainda que quem apresenta os números é o ministro da Saúde, Nelson Teich. “O ministro que apresenta. Ele pegou o ministério andando,. As mortes de hoje, a princípio, essa pessoas foram infectadas há duas semanas. A princípio. É o’que eu digo para vocês: O vírus vai atingir 70% da população, infelizmente é uma realidade”.

“Eu tenho que falar com o ministro, ele que fala de número. Eu não falo sobre a questão da saúde. Talvez eu leve na quinta-feira para fazer uma live aqui. Ninguém nunca negou que teríamos mortes”, disse.

Depois de perguntar se a entrevista estava sendo transmitida ao vivo, Bolsonaro baixou o tom. “Alguém está ao vivo aí, por acaso? Todo mundo? Meu Brasil, aquele abraço. A gente lamenta a situação que nós estamos atravessando com o vírus. Nos solidarizamos com as famílias que perderam seus entes queridos que em grande parte eram pessoas idosas, tá ok? Mas é a vida. Amanhã vou eu”, disse.

“Logicamente que a gente quer, se um dia morrer, ter uma morte digna né e deixar uma boa história pra trás. O que eu mais quero é com a graça de Deus entregar o Brasil muito melhor do que eu recebi pra quem vier me suceder. Deus está conosco. Eu acredito em Deus, tenho fé. Respeito quem não tem a religião e esse é o Brasil: livre. O que eu mais quero é a liberdade e a democracia em meu país. Agora dói no coração quando tem um fake news ai em cima da gente”, concluiu.

Correio Braziliense