Brasil lidera mortes por briga de futebol
A Fifa começou a contabilizar o número de mortes em episódios de violência antes, durante e depois de partidas de futebol a partir de 1971. A primeira contagem já passava de 1.500 vítimas, com um triste recorde para o Brasil: somos o país em que mais se mata tendo o futebol como motivação.
No relatório de 2018, o Observatório da Discriminação Racial no Futebol cita 79 episódios de insultos envolvendo racismo (na grande maioria), xenofobia, misoginia e LGBTfobia. Os jogadores são as maiores vítimas: 33, só entre as ofensas racistas. Em 2019, um levantamento parcial mostrava que os casos aumentaram em cerca de 20%.
Esses e outros dados serão discutidos numa videoconferência organizada pelo Programa FGV/Fifa/Cies, hoje, às 15hs. É a apresentação do trabalho do advogado Leonildo Camillo de Souza Jr. e o jornalista Marcelo Barreto, jornalista.
O tema – “Futebol como veículo de pacificação social e combate a preconceitos” – não poderia ser mais apropriado para o momento que vivemos:”O objetivo do trabalho é desenvolver modelo de responsabilidade social para clubes de futebol, aproveitando exemplos concretos, como o Esporte Clube Bahia, estimulando ações sociais voltadas para os públicos interno (associados e torcedores) e externo (a comunidade na qual se insere e a sociedade em geral)”, diz o professor Pedro Trengrousde, coordenador do Fifa/FGV/Cies.
O trabalho, segundo Trengrouse, também traz bons exemplos de como o futebol pode ajudar a mudar o mundo, em particular ressalta a importância do trabalho do Núcleo de Ações Afirmativas do Esporte Clube Bahia e menciona ainda outras entidades como a Federação Paulista de Futebol, que no último dia 21 de janeiro promoveu a campanha “Elas no Estádio”.