Caiado quer mandar doentes para outros Estados

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Foto: José Cruz/Agência Brasil

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM-GO) vai propor ao Ministério da Saúde que os estados que ainda possuam disponibilidade de leitos para receber pacientes de Covid-19 recebam doentes de outras unidades da federação, como o Amazonas, em que o sistema de saúde já entrou em colapso.

“É o mínimo de solidariedade que podemos ter”, diz ele. “Cada colega [governante] de cada estado, de cada município, que tiver condições, faria o mesmo. Não custa nada”, segue o governador.

O ministro Nelson Teich, da Saúde, fará hoje uma reunião virtual com governadores do centro-oeste. Caiado deve lançar a proposta no encontro.

“Qual é o fundamento do SUS? Não é um sistema tripartite, de União, estados e municípios? Se tem essa fusão dentro do sistema, nada mais lógico do que pactuarmos uma solução nacional”, afirma Caiado.

O governador informa que hoje 35% dos leitos de UTI e unidade semi-intensiva estão ocupados. O estado já registra 705 casos confirmados da doença e 8.612 suspeitos. Há 94 internados e 27 óbitos registrados.

​”Para pacientes graves, graves mesmo, eu poderia disponibilizar 40 leitos neste momento”, diz ele.

Ele vai pedir que o governo federal organize o sistema para isso, ajudando com equipamentos e suportes.

Goiás tem hoje nove hospitais de camada em funcionamento. A unidade instalada em Goiânia tem 222 leitos. Um novo hospital, em Águas Lindas, foi doado pelo governo federal e será repassado ao estado na segunda (4).

Há falta de equipamentos em alguns deles e Caiado abriu crédito suplementar de R$ 351,5 milhões para os hospitais. Mas há vagas disponíveis no conjunto do sistema e é essas que ele acredita que pode emprestar para estados que já se aproximam de situação de calamidade.

No Amazonas, o número de doentes que buscam atendimento já ultrapassou a capacidade das unidades hospitalares. Estados como o Ceará, por exemplo, se aproximam de lotação máxima, o que se repete no Rio de Janeiro. E mesmo São Paulo, o mais risco e considerado mais estruturado, já estuda usar o suporte da rede privada para ampliar a capacidade de acolhimento dos doentes.

O governador de Goiás foi um dos mais ferrenhos defensores do isolamento social como forma de achatar a curva da doença e permitir que o sistema de saúde se preparasse para fazer frente à pandemia.

No mês passado, ele foi a uma passeata de bolsonaristas e impediu que ela fosse realizada, sob protestos dos manifestantes.

Folha De S. Paulo