Hoje: Bolsonaro e Mandetta terão reunião tensa no Planalto

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Andressa Anholete/Getty Images

Jair Bolsonaro não demitiu Luiz Henrique Mandetta na segunda-feira, como desejava. Dobrado pelos militares e pela constatação de que já não governa os planos na Saúde, o presidente viveu nas últimas horas uma dolorosa vertigem.

Seu lado “prede e arrebenta”, como define um auxiliar do Planalto, quer sumir com Mandetta – ele nem consegue “olhar na cara do ministro”, segundo relatam seus auxiliares — e gente martelando nos ouvidos do presidente nesse sentido não falta. “Está claro: ou ele demite o Mandetta nesta semana, ou não vai conseguir mais tirar o cara”, diz um entusiasta da chegada de Osmar Terra ao cargo.

O candidato dos sonhos de Bolsonaro para a Saúde joga parado. Diz que não quer, mas virar ministro não é coisa que se admita – nem que se recuse.

Fato é que a conversa com Mandetta, um particular de Bolsonaro com seu ministro independente — Mandetta vai ao encontro totalmente no escuro, sem saber o que o aguarda —, ocorre distante dos olhos da cúpula militar, que ganhou fama de interventora no gabinete presidencial.

Walter Braga Netto, Luiz Eduardo Ramos e Fernando Azevedo domaram os instintos mais primitivos de Bolsonaro, mas pagaram um preço. Braga Netto foi instantaneamente convertido em tutor do presidente pela ala do pijama da caserna, orgulhosa de seu “interventor”. Também virou alvo do gabinete do ódio, que não aceita a moderação militar.

Aos olhos dessa gente — que malhou o ministro sem dó nas redes nesta terça –, Mandetta humilhou o presidente ao chamar uma coletiva na segunda, após permanecer no cargo, para praticamente declarar independência do ministério, rebater tudo que o presidente e seus aliados defendem e riscar o chão dizendo que não aguenta mais a sabotagem e que, quando sair, sairá com seu time todo.

Bolsonaro receberá o auxiliar às 9h, como mostra sua agenda. Até o início da noite desta terça, a ala moderada do Planalto dava o risco de demissão de Mandetta como um problema “controlado”. Mas… Bolsonaro chegou onde chegou fazendo o que bem entende. Quando olhar nos olhos de Mandetta logo mais, terá muita coisa travada na garganta. “Será tenso”, reconhece um aliado do ministro.

Veja