Mandetta ganha 98 mil seguidores em 24 hs
Foto: Dida Sampaio/Estadão
A quase saída de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde teve impacto inédito nas redes sociais de Jair Bolsonaro: a opinião pública ficou, majoritariamente, favorável ao ministro. “Não tenho dúvida de que foi a maior marcha à ré da gestão Bolsonaro”, disse Manoel Fernandes, da Bites Consultoria. Segundo análise da empresa, feita a pedido da Coluna, 30% dos 2,1 milhões de tuítes citando o ministro nos últimos doze meses foram publicados apenas na segunda-feira. Em menos de 24 horas, Mandetta ganhou mais de 98 mil novos seguidores no Twitter, Facebook e Instagram.
O que mais tem contrariado militares (do governo e fora dele) na briga entre Mandetta e o presidente não é se deve ou não haver isolamento vertical, mas sim a “publicização” dos ataques. Na caserna, discussão assim se resolve dentro de casa.
Reconhecido por sua boa atuação técnica no combate ao coronavírus, o ministro começa a ser criticado nos bastidores até por seus aliados pelos movimentos políticos que tem feito desde o início da crise.
Parlamentares afirmam que ele poderia ter colocado água na fervura, mas não o fez, dando margem para o desgaste com Jair Bolsonaro. A avaliação é de que, na queda de braço com o presidente, Mandetta ainda está mais forte.
É bem improvável, segundo aliados, que uma eventual demissão de Mandetta possa respingar nos demais nomes do DEM na Esplanada: Onyx Lorenzoni e Tereza Cristina.
A coletiva de imprensa no ministério da Saúde, em que foi recebido com aplausos de servidores, pegou muito mal no Planalto. Descobriram quando viram Mandetta na TV. O combinado havia sido manter todos os anúncios no Planalto.
No entorno de Mandetta, há quem o aconselhe a fazer como Pelé: parar em alta, pois o futuro é muito incerto. Adversários do ministro no bolsonarismo acham que ele concorda com essa avaliação e está forçando uma demissão.