Mundo terá que conviver com covid19

Todos os posts, Últimas notícias

Nos bastidores e sem fazer enormes anúncios, técnicos da OMS (Organização Mundial da Saúde) e mesmo de certos governos começam a trabalhar com a ideia de que o mundo terá de aprender a conviver com o coronavírus. Pelo menos até que uma vacina chegue ao mercado, o que só deve ocorrer a partir de meados de 2021 — daqui um ano.

Nesta semana, um sinal disso foi revelado por Michael Ryan, diretor de operações da agência, que defendeu um “novo normal na sociedade até termos soluções mais permanentes”. Ou seja, uma vacina.

Ao longo dos últimos dias, líderes passaram a introduzir algumas dessas mensagens em suas declarações formais. O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, por exemplo, foi claro em alertar que o vírus “vai estar conosco por um longo tempo”.

Dias antes, ele alertou que, “em última instância, vamos precisar de uma vacina” para controlar a pandemia.

A chanceler alemã, Angela Merkel, foi a primeira a declarar abertamente que estamos apenas no “início” da pandemia.

Se inicialmente existia uma mensagem enfática de que o vírus poderia ser contido, dentro da OMS o discurso hoje começa a mudar depois do registro de mais de 2,5 milhões de casos. Por semanas, enquanto o número de casos no exterior não chegavam a mil, a organização insistia que ainda havia uma “janela de oportunidade” para que governos pudessem se preparar.

Mas a falta de preparação de muitos países, o negacionismo por parte de certos líderes, a velocidade de transmissão do vírus e o desafio de lidar com a pandemia em zonas pobres passaram a moldar uma nova resposta.

A agência não abandonou a meta do controle, mas ficou claro que a tarefa não será cumprida totalmente no curto prazo. Surpreendeu a OMS o fato de que países que controlaram a transmissão viram o ressurgimento do vírus. Isso por conta de uma parcela significativa da população não estar imunizada.