No Peru, fake news vai dar cadeia
Foto: Sebastian Castaneda/Reuters
O Peru vai punir com pena de três a seis anos de prisão quem promover ou difundir notícias consideradas falsas que busquem gerar pânico em meio à pandemia de coronavírus, comunicou o governo nesta quarta (8).
“Quem desinformar os cidadãos com notícias falsas para obter um benefício ou perturbar a tranquilidade do público será punido com prisão”, disse o Ministério da Justiça em sua conta no Twitter.
O Peru é o primeiro governo da América Latina a adotar uma medida do tipo.
Por outro lado, há o temor de que as autoridades considerem uma notícia danosa ao governo e se valham dessa justificativa para prender quem a divulgou.
O aviso se soma ao anúncio, feito em 29 de março, de que os pacientes de Covid-19 deverão cumprir 20 anos de prisão caso propaguem a doença de propósito.
[ x ]
A medida foi adotada depois de dois pacientes fugirem de um hospital e ameaçarem contaminar agentes de polícia caso os atrapalhassem.
As autoridades peruanas agora instaram a população a compartilhar apenas informações oficiais sobre a disseminação e a evolução do vírus, que totalizou 4.342 infectados e 121 mortes no país até esta quinta (9), segundo dados da Universidade Johns Hopkins.
O governo procura amortecer a disseminação de notícias falsas sobre supostos saques de alimentos, entre outras questões, no contexto da quarentena em vigor desde 16 de março e que segue até pelo menos 26 de abril.
Os peruanos estão confinados e sob toque de recolher noturno, com fronteiras fechadas e sem comércio, exceto os que vendem produtos essenciais, como comida e medicamentos.
Aqueles que espalharem notícias falsas para obter benefícios econômicos também serão presos, completou o governo.