Polícia intima presidente do PSL por ameaça a Doria

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Foto: Governo de SP/Divulgação

A Polícia Civil de São Paulo intimou Odair José da Silva, o ‘Odair da Ravassi’, que se apresenta como presidente municipal do PSL em Santa Isabel no Facebook, a prestar depoimento na tarde desta quarta, 1º, no âmbito do inquérito relacionado a mensagens ‘com conteúdo ameaçador e ofensivos à honra’ enviadas ao celular do governador de São Paulo João Doria (PSDB). Odair deverá comparecer à delegacia do município do interior paulista às 15h.

Nesta segunda, 30, a Polícia acolheu representação do advogado do governador João Doria, o criminalista Fernando José da Costa, e abriu investigação que trata de suposta associação criminosa, incitação ao crime, ameaça e injúria no âmbito de mensagens que o governador recebeu nos últimos dias 26 e 27, indica portaria da Divisão Antissequestro de São Paulo.

Na representação apresentada à Polícia Civil, o criminalista Fernando José da Costa registra os números e as mensagens enviadas para o celular do governador, entre elas um texto que pontuava: ‘Doria libera os comércios para trabalhar que senão vamos para a porta da tua casa’.

No documento, o advogado alega que tal texto caracterizaria o delito de ameaça contra o governador, e registra que o mesmo foi enviado por um número em cuja foto de Whatsapp ‘aparece um indivíduo ainda não identificado fazendo um sinal positivo e abraçado ao Senador Major Olímpio’.

O mesmo número citado pelo advogado de Doria na representação consta no perfil de facebook de Odair Ravassi, que foi candidato a vereador pelo MDB nas eleições de 2016 em Santa Isabel. Além do número, a foto de tal perfil é semelhante à que aparece na representação apresentada pelo advogado de Doria, de ‘indivíduo abraçado ao senador Major Olímpio’.

A mais recente publicação de tal perfil apresenta ainda um ofício do gabinete do senador major Olímpio que identifica Odair como presidente do PSL em Santa Isabel. A foto do documento é acompanhada por um vídeo do parlamentar que cita Odair como dirigente do partido no município do interior paulista.

Questionado sobre a autoria da mensagem, o advogado de Odair, Osmar Priante, disse que ‘é o governador quem deve satisfação de seus atos de governo aos cidadãos e não ao contrário’. “O tom pacifista sobressai da própria mensagem, vez que objetivamente é clara na mensagem a intenção do exercício regular do direito de trabalhar no comércio (cerne de toda questão) ou se impedido for, de vir a exercer o Constitucional de ir por óbvio protestar pelo que pediu, isto é, o direito de trabalhar. Não se pode dizer que há outra coisa na mensagem quando não há nada além disso”, escreveu ainda o advogado.

Sobre o acesso ao celular do governador, o advogado afirmou que como se detinha o número é irrelevante’. “Registra-se que o cidadão comum não é obrigado a guardar sigilo, posto ninguém ser obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude da lei, conforme a Constituição, ou de vir a se abster de cobrar autoridades mandatárias quando se tem tal acesso a um governante. Se o governante quer privacidade, este que não repasse seu telefone a terceiros”.

Questionado também sobre o cargo de Odari, no PSL no município, o advogado indicou que ‘se nota da mensagem’ a ausência de política partidária. “Nela se contém tão somente postulação ao direito de trabalhar, circunstância atrelada exclusivamente aos aspectos de cidadania e por igual ao de se deslocar para protestas. Não se pode, contudo, criar embaraços aos direitos de cidadania, buscando impedir com base em aspectos como preferência religiosa, partidária ou de time de futebol do cidadão, tão só por isso, deixa de adentrar nesses aspectos sem correlação com a mensagem”.

Estadão