Presidente do BC promete melhora da economia no fim do ano

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Foto: Pablo Jacob

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que a economia deve começar a melhorar no quarto trimestre deste ano. Campos Neto deu entrevista ao programa “Poder em Foco”, do SBT, na noite de domingo.

Segundo o presidente do BC, o cenário de incerteza causado pela pandemia do coronavírus dificulta o trabalho de fazer previsões econômicas. Campos Neto acredita que a dúvida paira sobre o terceiro trimestre.

– Acredito que o último trimestre vai mostrar uma melhora, obviamente de uma base muito baixa. A dúvida é o terceiro trimestre, o quanto vai ser impactado – disse.

Campos Neto afirmou que o cenário econômico piorou desde a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que aconteceu no fim de março. Naquele momento, a previsão do BC era de um crescimento zero para 2020.

Desde então, órgãos internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial divulgaram expectativas de quedas mais bruscas para a economia brasileira. O FMI espera uma retração de 5,3% enquanto o Banco Mundial prevê uma queda de 5%.

No entanto, Campos Neto ressaltou que a decisão sobre corte ou manutenção do patamar da taxa básica de juros, a Selic, também leva em conta outros fatores. Atualmente ela está em 3,75%, a mínima histórica.

– Por outro lado nós também dissemos que a decisão de política monetária tem outros fatores, será que vai nos custar um fiscal muito grande sair dessa crise? Será que as reformas ficam adiadas por um tempo grande? Será que a saída de recursos grande do brasil não atrapalha a tomada de decisão?

O presidente do BC garantiu que o sistema bancário brasileiro está sólido e tem recursos suficientes para passar pela crise. Ele ressaltou que o BC rapidamente tomou as medidas necessárias para o enfrentamento aos efeitos do coronavírus na economia, citando a liberação de R$ 1,2 trilhão em liquidez para o sistema.

Sobre a taxa de câmbio, Campos Neto reafirmou que a ela é flutuante e que é muito difícil prever se vai continuar no patamar de R$ 5.

– Difícil dizer o que é o novo normal. Quando você pensa em um horizonte mais longo, taxa de juros e inflação mais baixa, tem uma persepctiva do câmbio ser mais desvalorizado, isso a longo prazo – disse.

O Globo