Segundo o Inpe, o desmatamento na Amazônia cresceu 29,9%
Foto: PMA/Divulgação
Os alertas de desmatamento na floresta Amazônica cresceram 29,9% em março de 2020, se comparado ao mesmo mês do ano passado, de acordo com o sistema Deter-B, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Neste ano, foram emitidos alertas para 326,51 km², enquanto no ano anterior, no mesmo período, foram 251,3 km².
O aumento ocorre em meio à recomendação de isolamento social devido à pandemia do novo coronavírus.
Os alertas diários são emitidos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) e servem para embasar ações de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Já os dados oficiais de desmatamento são do Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes).
Março de 2020 registrou a segunda maior taxa de alertas de desmatamentos para o mês desde 2016, atrás apenas de 2018, quando foram emitidos alertas para 356,58 km².
Nós últimos cinco anos, as avisos de desmatamento corresponderam a uma área de 26.740 km².
O Pará é o estado com a maior área agregada a receber avisos de desmatamento em março: foram 122 km², e corresponde a 37% do total. Em seguida, está o Amazonas, com 73 km². O terceiro é o Mato Grosso, com 68 km².
Rondônia, Roraima e Acre também receberam alertas este mês. Amapá, Maranhão e Tocantins não tiveram registros.
97% da área corresponde ao desmatamento com solo exposto, quando a área perde a cobertura de vegetação. 1,7% são áreas que mantiveram a vegetação. E o restante, equivalente a 1,1%, corresponde à atividade de mineração.
Na comparação com o primeiro trimestre do ano, 2020 tem o maior número registrado nos últimos cinco anos.
De acordo com os dados do Deter-B, entre janeiro e março de 2020, foram emitidos alertas para 796,08 km² da Amazônia, um aumento de 51,45% em relação ao mesmo período de 2019, quando foram 525,63 km².
A análise de dados comparativos por trimestre evita distorções sazonais que possam ser causadas pela leitura dos satélites, como a presença de nuvens de chuva, por exemplo.