Ato golpista foi para desviar atenção de Moro

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Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

A manifestação antidemocrática de ontem encomendada aos bolsonaristas mais radicais de Brasília teve pelo menos um objetivo imediato: ocupar parte do espaço que a mídia tradicional e as redes sociais dedicariam exclusivamente ao depoimento do ex-ministro Sérgio Moro à Polícia Federal e ao aumento do número de mortos e de casos confirmados de coronavírus no país.

O objetivo foi atendido. O que disse o presidente Jair Bolsonaro antes e depois da manifestação virou manchete de capa nesta segunda-feira dos mais importantes jornais e tema obrigatório dos noticiários do rádio e da televisão. Assim será pelos próximos dias, salvo se o próprio Bolsonaro aprontar algo mais grave. Ele não se preocupa que falem mal dele, desde que falem. Regra antiga.

O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, reunirá sua equipe para decidir que providências tomará quanto à manifestação. Deverá também investigar quem a promoveu e financiou como já faz com a manifestação de 19 de abril último que ocorreu diante do Quartel-General do Exército. A essa altura, já conhece em linhas gerais o depoimento de Moro.

Caberá ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, a decisão de tornar público de imediato o depoimento ou de só fazê-lo mais tarde para não prejudicar a coleta de novas provas contra Bolsonaro fornecidas por Moro.

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