Bolsonaro segura auxílio a Estados para fustigar Doria

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Foto: Agência O Globo

O atraso do presidente Jair Bolsonaro na sanção do projeto de socorro a estados e municípios tem forte ingrediente político. Segundo relatos feitos ao GLOBO, Bolsonaro indicou a aliados que o aval à proposta virá, mas que é preciso fazer com que a opinião pública pressione governadores e prefeitos a usarem os recursos apenas para combate ao novo coronavírus.

Nos bastidores, integrantes do governo também dizem que o Bolsonaro tem esticado a sanção por causa do permanente conflito com governadores, principalmente o de São Paulo, João Doria (PSDB).

– Você acha mesmo que o presidente que liberar dinheiro rápido para o Doria? -, disse um ministro do alto escalão, em caráter reservado.

Em outra ponta, o governo trabalha para que o Congresso mantenha o veto de Bolsonaro ao trecho do projeto que flexibiliza o congelamento de salários para algumas categorias de servidores públicos. No início da semana, o presidente afirmou que atenderia ao pedido do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Nessa quinta-feira, Guedes afirmou que os recursos destinados a estados e municípios para combater o novo coronavírus não podem ser destinados para o aumento de salário de servidores públicos. Isso seria, de acordo com o ministro, “demagogia” e “farra eleitoral”.

Ele também afirmou que funcionários públicos que pedem reajuste querem “assaltar” o Brasil.

– O dinheiro da saúde não é para virar aumento salarial. É demagogia, é farra eleitoral se for nessa direção. O que o presidente está garantindo é que justamente esse dinheiro que ele está dando para estados e municípios vá para a saúde. E não para proselitismo eleitoral, e não para aumento de salários — disse Guedes, durante videoconferência do presidente Jair Bolsonaro com empresários.

O Globo