Delator de Bolsonaro promete entregar celular
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Após prestar novo depoimento à Polícia Federal no Rio, o empresário Paulo Marinho afirmou a jornalistas na tarde desta terça-feira (26) que vai entregar seu celular para perícia e que repassou provas materiais à PF, mas não pode revelar o conteúdo.
“Me foi pedido uma perícia no meu celular, então marcamos uma data. Não foi possível fazer hoje porque iria demorar, então me comprometi trazer meu celular para fazer essa perícia no dia dia 28. Eu trouxe elementos materiais, mas é isso que não posso revelar por conta do sigilo imposto pelo ministro Celso de Mello”, explicou.
Perguntado sobre a motivação para trazer essas alegações à tona quase dois anos após os relatados acontecimentos, Marinho justificou citando o Gustavo Bebianno, ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República e morreu em março deste ano.
“Eu tive duas motivações. Primeiro, a memória do meu saudoso amigo irmão Gustavo Bebianno, que poderia estar falando provavelmente o que eu estou dizendo, se estivesse vivo. A segunda motivação foi o episódio da demissão do [ex-ministro Sergio] Moro e a revelação dele. Achei que meu episódio, de uma certa maneira, se encaixa no relato que ele fez”, afirmou.
Marinho, que já havia prestado depoimento sobre o caso na noite da última quarta-feira (20), disse que caso como encerrado após as declarações prestadas por ele nesta terça.
“Não tenho mais nada a acrescentar na narrativa que dei desde o primeiro dia que vim à PF. Esse capítulo é página virada da minha vida. Não tenho inimigos, não trabalho com gabinete do ódio e não vou continmuar batendo lata nesse assunto. A minha missão como cidadão está cumprida”
Pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, Marinho finalizou dizendo que agora irá “cuidar do projeto político eleitoral e ganhar a eleição”.
O empresário foi chamado a depor após dizer em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) teria sido avisado da Operação Furna da Onça com antecedência. Desdobramento da Lava Jato, a ação investigava corrupção e lavagem de dinheiro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Flávio Bolsonaro não era um dos alvos, mas foi no âmbito dessa investigação que surgiu o nome de Fabrício Queiroz, ex-assessor suspeito de ter coordenado um esquema de “rachadinha” no gabinete do então deputado estadual.
O primeiro depoimento de Marinho foi considerado como “positivo” pelo Ministério Público Federal.