Filho de Bolsonaro já falou 10 vezes em golpe militar

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Foto: ANDRE BORGES/ESP. METRÓPOLES

Na quarta-feira (27/05), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse em uma live que uma ruptura institucional é uma questão de tempo. A fala faz parte de em uma longa série de declarações anti-democráticas ditas pelo filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, contou dez afirmações do tipo desde a Eleição 2018.

O STF se tornou o alvo preferido das investidas do filho 03 do presidente. Mas em outras ocasiões o deputado federal defendeu o uso de instrumentos da ditadura militar, como o AI-5, contra a esquerda no Brasil, e relativizou o período iniciado com o golpe militar de 1964.

Em julho de 2018, em uma comissão da Câmara dos Deputados, Eduardo disse que caso o STF julgasse inconstitucional projetos do futuro presidente da República, “a gente não vai se dobrar a eles, não. Quero ver alguém reclamar quando estiver num momento de ruptura mais doloroso do que colocar dez ministros a mais na Suprema Corte“.

Ainda antes do primeiro turno das eleições de 2018, realizado no começo de outubro, o deputado falou que para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF) bastariam um cabo e um soldado. Ele respondia a uma pergunta sobre a possibilidade do tribunal constitucional impedir uma eventual posse de seu pai como presidente da República.

Na ocasião, Eduardo disse que não achava improvável o STF “arguir qualquer coisa” para seu pai não ser eleito presidente da República. Em seguida, Bolsonaro completou que naquela eleição o tribunal precisaria “pagar para ver”.

O Supremo foi novamente alvo de Eduardo em setembro do ano passado. “Neste cenário a cada decisão do STF que atropela o Congresso e bota adiante a agenda progressista (aborto, gênero, livrar corruptos da Lava Jato presos) mais pessoas vão para o radicalismo. O que mais queremos é viver em harmonia sob o império das leis, mas o STF não tem deixado”, escreveu ele em seu perfil na rede social Twitter.

Já em 2019, no início de março, o deputado federal postou um vídeo em seu perfil no Twitter questionando o golpe militar de 1964. A relativização da ditadura seria novamente pauta para Eduardo meses depois, em novembro, quando ele convidou seus seguidores para a exibição de um filme que nega fatos históricos para apresentar o período de censura militar sob uma melhor perspectiva.

No fim de outubro do ano passado, Eduardo afirmou que poderia ser necessário a instituição de um “novo AI-5” para conter a esquerda no Brasil. O Ato Institucional 5 permitiu à ditadura militar decretar recesso do Congresso, cassar parlamentares e intervir em estados e município, entre outros, sem autorização judicial.

Diante da repercussão da fala, o deputado federal reforçou o que tinha dito acusando a esquerda de não querer aceitar o resultado da eleição presidencial de 2018.”Eles querem fazer instabilidade política para tirar do poder um presidente que não é de esquerda, isso tudo está ‘perigando’ vir para o Brasil”, escreveu ele.

Neste ano, em fevereiro, Eduardo questionou no Twitter se o povo choraria se uma bomba explodisse no Congresso Nacional, local onde ele trabalha como deputado federal.

Em 22 de maio, ele apoiou a fala do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Augusto Heleno, sobre possível instabilidade nacional caso a justiça decidisse apreender o celular do presidente Jair Bolsonaro.

Metrópoles