Prefeitos de capitais criticam queda do isolamento

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Foto: Reprodução

Prefeitos de cidades que enfrentam o aumento de casos de coronavírus voltam a criticar o descumprimento ao isolamento social.

Em São Paulo, por exemplo, nesta quinta-feira (30) foi registrado o menor índice de isolamento desde o início da pandemia: 46%. No Maranhão, a Justiça decretou lockdown, ou seja, o bloqueio total em quatro municípios da Região Metropolitana de São Luís.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, lamentou que parte dos moradores da capital seja contra o isolamento. “Não é fácil a gente encontrar resistências de parte da sociedade em relação ao isolamento social neste momento. As pessoas não acreditam na importância dele, não entendem, acham que é uma disputa entre saúde e economia. O mais importante é que a vida das pessoas seja preservada, não tem como reabrir os comércios se não tiver clientes vivos. É uma dicotomia falsa, temos que rechaçar isso, não é uma coisa contra a outra”, afirmou.

O prefeito de Recife, Geraldo Júlio, avalia que o distanciamento social não é questão de escolha. “Tem uma crise econômica global com a chegada do coronavírus. Em todos os países, o isolamento está causando desemprego. É uma crise que ninguém nunca viveu, em uma abrangência que ninguém nunca viveu. Todas as pessoas que moram nesse planeta nesse momento estão enfrentando isso”, ressaltou.

Ele lembra que Recife, assim como São Paulo, vem enfrentando um aumento acelerado dos casos da Covid-19.

O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, reiterou que a gestão pública tem de dar respostas em todas as frentes. “O fenômeno da saúde e as implicações do sistema de saúde são os problemas mais visíveis, mas a epidemia é um fenômeno de múltiplas dimensões: da saúde, econômica, social. Para enfrentar uma pandemia, não há soluções simples, elas são complexas”, disse.

Neves pondera também que não existe contradição em cuidar da saúde e da economia ao mesmo tempo.

Ao participar da conferência com os prefeitos, o CEO do Sírio-Libanês, Paulo Chapchap, ressaltou que as ações devem levar em conta a medicina.

“A hierarquia do conhecimento é bem evidente, tentando não chamar pra si todas as decisões, como fazia a politica antiga, que era centralizadora. Vocês estão em frente a batalhas, viram o sofrimento das pessoas. Agradeço os profissionais da saúde, o apoio que temos de vocês. Temos limitações, mas essa pandemia levou todos os sistemas do mundo a um estresse que não estavam preparados, vocês [profissionais da saúde] reagiram rápido. Infelizmente ainda não vimos o pior”, afirmou.

Na opinião dele, não é hora de priorizar decisões políticas, mas sim regras sanitárias. Os hospitais públicos e privados têm, por exemplo, desafios de adquirir materiais e insumos básicos para enfrentar a pandemia, como máscaras e respiradores.

Jovem Pan