Receita Federal atrasa pesquisa contra coronavírus
Foto: GILEAD SCIENCES/REUTERS
Na corrida para testar fármacos eficazes contra a Covid-19, pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP lidam com a demora na liberação pela Receita Federal de insumos importados.
No laboratório de nível de biossegurança 3 da instituição, que tem capacidade para testar, semanalmente, cerca de 4 mil compostos contra o novo coronavírus, uma remessa de anticorpos vinda dos Estados Unidos já é aguardada há três semanas.
Iniciados no dia 27 de março, os experimentos têm contado com insumos emprestados de outros laboratórios da USP. Materiais usados para analisar as amostras, como a placa de Petri, precisam ser lavados a cada nova rodada —o que atrasa os trabalhos.
“As perspectivas do que temos até agora são animadoras. A tecnologia que usamos nos permite fazer diversas combinações e cruzar compostos para encontrar as melhores drogas [contra a Covid-19]”, afirma Lucio Freitas-Junior, coordenador da pesquisa.
“Mas a Receita Federal assume que todo mundo é traficante e demora muito mais tempo”, brinca. “Era pra gente estar na capacidade máxima há semanas.”