Aras coloca olheiros na Lava Jato

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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O Procurador-Geral da República (PGR), Augusto Aras, formalizou a saída dos três procuradores que integravam a força-tarefa da Lava Jato nesta terça-feira (30). Um assessor de Aras foi designado para compor o grupo.

Em portaria com a data de sexta-feira (26), mas publicada apenas nesta terça no Diário Oficial da União (DOU), Aras dispensou a pedido Hebert Reis Mesquita, Luana Vargas Macedo e Victor Riccely Lins Santos.

Os três pediram demissão na sexta por discordarem da subprocuradora-geral Lindôra Araujo, coordenadora do grupo e braço-direito de Aras, que teria tentado dados da Lava Jato em Curitiba de forma indevida. A subprocuradora negou irregularidades.

Também nesta terça, em outra portaria publicada no DOU, Aras designou para a força-tarefa o procurador João Paulo Lordelo Guimarães Tavares. Ele atualmente assessora o PGR em matéria penal.

Recentemente, ele acompanhou o depoimento de Sergio Moro no inquérito que apura as declarações do ex-ministro de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria interferido na Polícia Federal.

O estopim para os procuradores – que já estavam insatisfeitos com a gestão de Aras – deixarem a Lava Jato foi a visita da subprocuradora-geral à sede da Lava Jato, em Curitiba, para acesso a dados sigilosos da investigação.

“Quando o Moro (ex-ministro da Justiça) saiu, a relação mudou. A gente queria que ela viesse aqui para ver que não há nada escondido. Houve um convite antes da pandemia. Mas a visita nos pegou de surpresa. Ainda mais por causa do tom intimidatório”, relatou à analista de política da CNN Basília Rodrigues um procurador do grupo no Paraná.

As informações, por conterem dados sigilosos, não poderiam ser compartilhadas, ainda que dentro do próprio órgão.

CNN Brasil