Covid19 pode deixar fadiga como sequela

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Foto: KINGA CICHEWICZ, UNSPLASH

Um cansaço inexplicável que dificulta até mesmo tarefas diárias como lavar louça ou descer o lixo de casa. Sintomas como esse estão sendo relatados por alguns pacientes recuperados da Covid-19 e isso tem levantado a questão se a doença pode ou não estar relacionada à síndrome da fadiga crônica (SFC).

A condição preocupa, sobretudo porque o repouso ou descanso prolongado não costuma melhorá-la. A causa para a SFC é desconhecida, mas está associada a infecções, distúrbios endócrinos, cardiovasculares, respiratórios e, até, psicológicos.

“Essa fadiga é diferente de outras, porque ela não melhora necessariamente com repouso, é um cansaço sem causa aparente. Outros vírus já foram gatilhos para a síndrome da fadiga crônica, então, não é improvável que o Sars-CoV-2 possa ser um”, afirma Licia Motta, coordenadora da comissão de Artrite Reumatoide da Sociedade Brasileira de Reumatologia e diretora científica da Sociedade de Reumatologia de Brasília.

Por se tratar de uma síndrome – um conjunto de sinais e sintomas que definem as manifestações clínicas de uma ou várias doenças – e ser crônica – dura, em geral, entre três e seis meses –, a especialista afirma que ainda é cedo para determinar a correlação entre a SFC e a Covid-19.

Os principais sintomas relacionados são, além da fadiga, dores musculares e nas juntas e dificuldade de concentração. Diretor do Hospital de Campanha de Águas Lindas, o médico Marcos Pontes afirma que essas são queixas comuns em pacientes pós-Covid-19, porém reforça a visão de Licia.

“Não dá para afirmar uma relação direta, mas eles têm demonstrado fraqueza e fadiga pós-Covid. Principalmente os que precisaram de auxílio de oxigênio. Naturalmente, o paciente mais grave, que precisou de UTI, perde peso e tem uma fraqueza muito grande. Não podemos descartar que essa síndrome tenha correlação, mas precisamos, ainda, de mais informações e de um período de observação para associá-las.”

A síndrome da fadiga crônica é uma condição cujo principal sintoma é a presença de cansaço intenso que pode piorar com a atividade física ou mental, mas não melhora com o repouso. Ou seja, o paciente se sente persistentemente cansado sem uma causa aparente, independentemente da quantidade de repouso que realize.

Como controlar os sintomas da síndrome da fadiga crônica
1) Moderação para as atividades diárias: o paciente deve reorganizar seu cotidiano, evitando o estresse físico e psicológico. Entretanto, o sedentarismo deve ser combatido.
2) Exercícios físicos: devem ser estimulados, porém, o início deve ser lento e a progressão, gradual.
3) Terapia cognitivo-comportamental: ajuda a reconhecer as crenças e os comportamentos negativos que podem dificultar a melhora, substituindo-os por atitudes saudáveis e positivas.
4) Tratamento da depressão e ansiedade: caso estejam presentes, devem ser tratadas. Os antidepressivos também podem ajudar a melhorar o sono e aliviar a dor.
5) Tratamento da dor.
6) Tratamento dos problemas de sono.
7) Outros tratamentos úteis: acupuntura, meditação, técnicas de relaxamento, alongamentos, ioga e tai chi.
8) Participar de grupos de apoio para pacientes com SFC pode ser útil.

Metrópoles