Gilmar apoia fala de Celso de Mello sobre nazismo à brasileira
Foto: Agência O Globo
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), comparou nesta segunda-feira a situação atual do Brasil ao caminho traçado na Alemanha que levou ao nazismo. Mendes lembrou que, em mensagens encaminhadas a interlocutores, o ministro Celso de Mello comparou a política atual do Brasil à da Alemanha nazista. Para o decano, a intervenção militar pretendida por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro significa a instauração de uma ditadura militar no país.
— Nós devemos, cada um de nós no seu nível de atuação e de responsabilidade, atuar claramente em defesa da democracia e em repúdio a todos esses atos que de alguma forma causem melindre. O ministro Celso chamou a atenção e alguns acharam que a fala dele foi exagerada, mas ele disse que “pari passu” (no mesmo passo) chegou-se a um sistema como esse do nazismo na Alemanha. Então, é preciso que nós antecipemos e façamos diuturnamente a defesa das instituições, e eu acho que esse tem que ser o nosso trabalho — declarou o ministro em um evento virtual, transmitido pela internet, organizado pelo Instituto de Garantias Penais.
Gilmar Mendes ressaltou que, na quarta-feira, o plenário do STF vai decidir se mantém aberto ou se arquiva o inquérito que apura a disseminação de notícias falsas e ataques a ministros da Corte. O inquérito levantou polêmica porque, há duas semanas, o relator, ministro Alexandre de Moraes, determinou buscas e apreensões em endereços ligados a apoiadores de Bolsonaro.
— Eu tenho bastante expectativa de que agora na quarta-feira o tribunal vai julgar o celebre inquérito da fake news e certamente assentará lá também claros limites — afirmou Gilmar Mendes.
No mesmo evento, o ministro contou que pediu ao presidente Jair Bolsonaro que não participasse mais de eventos nos quais os manifestantes pedem o fechamento do STF e do Congresso Nacional.
— Eu mesmo já tive a oportunidade de dizer ao presidente da República que era impróprio ele comparecer a manifestações que atacavam as instituições democráticas. Disse isso também ao general Fernando (Azevedo), ministro da Defesa, que ele não deveria comparecer junto com o presidente da República nesse tipo de manifestação — revelou.
Gilmar acredita que as pessoas se cansaram desse tipo de manifestação. Prova disso seria a realização de atos em prol da democracia no último domingo em todo o país.