Ministério da Saúde não explica redução de mortes misteriosa
Foto: Buda Mendes/Getty Images
O Ministério da Saúde anunciou, neste domingo (07/06), um recuo na decisão de não mais repassar informações detalhadas sobre o cenário da Covid-19 no Brasil – nos últimos quatro dias, os dados limitavam-se apenas ao óbitos e casos confirmados nas últimas 24 horas. Mas uma confusão com os dados divulgados levantou a questão: afinal, morreram 1.382 ou 525 brasileiros por Covid-19 neste domingo?
Em nota, a pasta divulgou que o site traria “os extratos da plataforma em desenvolvimento referentes ao Brasil, regiões nacionais, estados, capitais/regiões metropolitanas, com os respectivos gráficos de evolução diária dos novos registros”. E, às 20h35, relatou a atualização da doença: 37.312 mortes por coronavírus e 685.427 casos.
No entanto, às 21h50, o site do Ministério da Saúde divulgou uma atualização diferente, ainda utilizando a plataforma que exibe apenas os casos diários, e com uma diferença substancial: 18.912 casos confirmados (uma diferença para mais de 6.331 casos) e 525 óbitos (discrepância para menos de 857 mortes em relação ao que havia sido divulgado anteriormente).
Ainda nesta noite, a pasta informou que divulgará dados de Covid-19 em “plataforma interativa”: “A proposta é realizar readequações para proporcionar uma informação sobre o cenário atual com uma abordagem técnica, porém mais simples e de fácil entendimento e acesso à população em geral”.
Não se sabe, no entanto, o que levou o ministério a apresentar dados tão discrepantes sobre a doença por seus meios oficiais de divulgação.
O Metrópoles procurou a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde para saber o porquê da confusão, mas não obteve retorno.
E diante do quadro de incerteza gerado pelo Ministério da Saúde quando às informações da Covid-19, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) lançou, neste domingo, seu painel próprio para monitoramento da doença, com a promessa de atualizá-lo, diariamente, às 17h.
Neste primeiro dia, o Conass reportou 680.456 casos confirmados da doença e 36.151 mortes no Brasil. Nas últimas 24 horas, houve 30.154 novos infectados e 1.116 novas mortes.
Em nota, o Conass afirmou que pauta sua atuação pelo “mais alto interesse público”. “Tendo a democracia como princípio, o conselho busca incessantemente o consenso para o fortalecimento do sistema de saúde que todos desejamos”, diz a entidade no texto.