No DF, pais e professores querem escolas fechadas

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Foto: RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

Um dia depois de o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe) entregar ao GDF proposta de retorno das aulas presenciais, pais e professores das escolas privadas decidiram elaborar um documento para pedir ao governador Ibaneis Rocha (MDB) o contrário.

A Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do DF (Aspa) e o Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinproep) entendem que ainda é cedo para se falar em volta às aulas, tendo em vista que a curva de contaminados com a Covid-19 na capital cresce a cada dia.

O Sinepe, entidade que representa 450 das 570 instituições privadas da capital, elaborou uma circular — inclusive com protocolo de profilaxia para ser analisado pelo governo — pedindo o retorno gradual das aulas em ambiente físico no dia 20 de julho.

A sugestão é que os matriculados nos ensinos infantil e médio voltem em 20 de julho. Já aqueles nos ensinos fundamental 1 (do 1º ao 5º ano) e profissionalizante, pela proposta, retomariam as atividades no dia 27 do mesmo mês. Por fim, os estudantes do 6º ao 9º teriam a opção das aulas presenciais a partir de 3 de agosto.

No entanto, o Sinproep acredita que a medida coloca professores e alunos em risco. “Ainda não é o momento de retornar. O DF não atingiu o pico da pandemia.Vamos entregar um documento ao governo dizendo que somos contrários ao retorno”, ressaltou o diretor jurídico da entidade, Rodrigo de Paula.

O presidente da Aspa, Alexandre Veloso, questiona alguns parâmetros sugeridos pelo Sinepe e reforça não ser o momento adequado para se discutir o retorno da comunidade escolar. Ele ressalta, ainda, haver uma satisfação dos pais com as aulas virtuais. “Entendo as dificuldades financeiras das escolas, a gente se sensibiliza com os fatores econômicos, porém, nem os pais ou os professores foram ouvidos para fazer este protocolo”, disse.

O presidente do Sinepe, Álvaro Domingues, entidade autora do protocolo com sugestão de datas para a volta, lembra que a sugestão é pelo retorno gradual e opcional. A medida, defende ele, visa beneficiar famílias que voltaram a trabalhar e não têm como acompanhar o ensino dos filhos em casa ou com quem deixá-los.

Ele ainda lembra que o documento prevê um calendário com datas diferentes para a volta às aulas presenciais, sem aglomerações nos horários dos intervalos, além de todas as medidas de profilaxia. Entre elas, a disponibilização de álcool em gel pelas escolas, equipamento de proteção individual aos professores e trabalhadores e medição de temperatura.

“A retomada do ensino presencial exige procedimentos específicos neste momento. Por isso temos defendido um retorno opcional, lento, gradual e seguro”, afirmou Domingues.

O GDF recebeu o protocolo com as sugestões de retorno às aulas presenciais nessa quinta-feira (25/06). A Secretaria de Educação ressaltou ao Metrópoles que as escolas da rede privada obedecem ao mesmo decreto do governador Ibaneis Rocha que suspendeu as aulas presenciais por tempo indeterminado na rede pública de ensino.

A Secretaria de Saúde informou que a Vigilância Sanitária recebeu o documento, vai realizar a análise e devolver com as observações.

Metrópoles